Linfonodos e câncer

O corpo humano tem uma rede de gânglios e vasos linfáticos que fazem parte do sistema imunológico. Essa rede coleta líquidos, material de desperdício e outros elementos, como vírus e bactérias, que se encontram nos tecidos do corpo. Os gânglios linfáticos também são denominados linfonodos.

Os vasos linfáticos são muito parecidos com as veias que conduzem o sangue através do corpo. Mas, ao invés de transportar sangue, transportam um líquido claro denominado linfa.

O sistema linfático

A linfa circula por fora dos vasos capilares banhando as células dos tecidos do corpo. Ela transporta oxigênio e outros nutrientes até as células e elimina produtos residuais, como o dióxido de carbono (CO2), produzidos pelas células. O líquido linfático também contém glóbulos brancos do sangue, que ajudam a combater infecções.

O líquido linfático eventualmente poderá se acumular e provocar edema (inchaço) se não for drenado de alguma forma. Esse é o papel dos vasos linfáticos. Os vasos linfáticos drenam a linfa em torno das células até o tórax através do conduto linfático. O líquido linfático é drenado em um vaso sanguíneo perto do coração.

Função dos linfonodos

Os vasos linfáticos conduzem o líquido linfático por todo o corpo. Os linfonodos (gânglios linfáticos) são pequenas estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas. Eles contêm células do sistema imunológico que ajudam a combater infecções atacando e destruindo germes que são transportados pelo líquido linfático.

Existem centenas de gânglios linfáticos em todo o corpo. Cada linfonodo filtra o líquido e substâncias dos vasos que chegam até ele. O líquido linfático dos dedos, por exemplo, drena em direção ao tórax, juntando-se ao líquido drenado do braço. Esse líquido é filtrado nos gânglios linfáticos do cotovelo ou da axila. O líquido linfático da cabeça, couro cabeludo e rosto flui para baixo através dos gânglios linfáticos do pescoço.

Alguns linfonodos se encontram em locais mais profundos dentro do corpo, como entre os pulmões ou ao redor do intestino, para poder filtrar o líquido dessas áreas. A linfa circula lentamente por todo o corpo, até voltar ao tórax. No fim do circuito, os líquidos, sais e proteínas filtrados são despejados de volta à corrente sanguínea.

Aumento de tamanho dos linfonodos

Quando existe um problema perto de um nódulo linfático, por exemplo, uma infecção, feridas ou câncer, o gânglio ou o grupo de gânglios linfáticos nessa área pode inchar e aumentar de tamanho à medida que se encarrega de filtrar as células “ruins”. Isso é denominado linfonodomegalia. O aumento de tamanho dos linfonodos indica que algo não está certo, mas outros sintomas podem ajudar a identificar o problema. Por exemplo, dor de ouvido, febre e aumento dos gânglios linfáticos próximos da orelha e pescoço levam a uma suspeita de uma infecção no ouvido ou um resfriado.

Algumas áreas em que os linfonodos aumentam de tamanho são no pescoço, virilha e axilas. Na maioria dos casos, apenas uma região de linfonodos aumenta de tamanho de cada vez. Quando mais de uma área de linfonodos está acometida é denominada de linfadenopatia generalizada. Algumas infecções, (como infecções de garganta e catapora), determinados medicamentos, doenças do sistema imunológico e cânceres como linfoma e leucemia são alguns exemplos de acometimento linfonodal. O médico irá procurar mais informações para diagnosticar a causa do problema. O aumento de tamanho de um linfonodo geralmente é provocado por outra condição clínica e não necessariamente câncer.

Câncer nos gânglios linfáticos

O câncer pode aparecer nos gânglios linfáticos de duas maneiras: pode começar no mesmo local ou chegar aos linfonodos a partir de outra parte do corpo.

O câncer que começa nos linfonodos é denominado linfoma.

Mais frequentemente, o câncer começa em outro local e posteriormente se dissemina para os gânglios linfáticos.

Como o câncer se espalha para os linfonodos?

O câncer pode se espalhar a partir do local onde começou (sítio primário) para outras partes do corpo.

Quando células cancerígenas se desprendem do tumor, podem viajar para outras partes do corpo, quer através da corrente sanguínea ou do sistema linfático. Se elas são conduzidas através da corrente sanguínea podem chegar a órgãos distantes. Mas, se forem conduzidas através do sistema linfático, essas células podem chegar aos linfonodos. De qualquer maneira, a maioria das células cancerígenas que conseguem se desprender do tumor morrem ou são mortas antes que possam se desenvolver em algum outro local. Mas, uma ou duas podem se situar em um novo local, começam a crescer e formam novos tumores. Essa disseminação do tumor para outra parte do corpo é chamada de metástase.

Para que as células cancerígenas possam chegar a outras partes do corpo, elas têm que passar por várias alterações. Primeiro devem ser capazes de desprender-se do tumor primário, em seguida, se fixar na parte externa de um vaso linfático ou vaso sanguíneo. Segundo, devem mover-se através da parede do vaso para circular junto com o sangue ou linfa até um novo órgão ou linfonodo.

Quando o câncer cresce no interior dos gânglios linfáticos, geralmente acomete os linfonodos próximos ao tumor. Esses linfonodos são os que fazem a maior parte do trabalho de filtrar ou matar as células cancerígenas.

Diagnóstico do câncer nos linfonodos

Os linfonodos normais são pequenos e podem ser difíceis de serem diagnosticados, mas quando há uma infecção, inflamação ou câncer, os gânglios podem aumentar de tamanho. Os localizados próximos da superfície do corpo podem ser palpados e alguns podem até ser vistos. Mas, se há apenas algumas células cancerígenas em um linfonodo, não será possível ver ou sentir nada. Nesse caso, o médico verifica a existência de câncer mediante a remoção de todo ou parte do linfonodo.

Quando um cirurgião remove um tumor primário, um ou mais dos linfonodos próximos (regionais) também serão retirados. A retirada do um linfonodo é denominada biópsia. Quando muitos linfonodos são removidos, é chamada de amostragem ou dissecção linfonodal. Quando o câncer já se espalhou para os linfonodos, existe um risco aumentado de que o câncer recidive após a cirurgia. Essa informação ajuda o médico a decidir as melhores opções terapêuticas para o paciente o que inclui: quimioterapia, radioterapia, terapia alvo e imunoterapia que serão necessárias após a cirurgia.

Os médicos também podem coletar amostras de um ou mais linfonodos usando agulhas. Geralmente, isto é feito nos linfonodos que aumentaram de tamanho (linfonodomegalias). Esse procedimento é denominado biópsia por agulha. O tecido retirado é enviado para análise em um laboratório de patologia, para verificar se existem células cancerígenas na amostra.

Sob o microscópio, todas as células cancerígenas nos linfonodos retirados se parecem às células onde está localizado o tumor primário. Por exemplo, quando o câncer de mama se espalha para os gânglios linfáticos, as células nos linfonodos  se parecem com as células do câncer de mama. O patologista elabora um laudo anatomopatológico, que detalha o que foi encontrado. Se um linfonodo contém câncer, o laudo descreve em detalhes o achado quanto à aparência e quantidade de doença que foi observada.

Os médicos também podem usar exames de imagem para estudar os linfonodos ao redor de um tumor em caso de se encontrarem em locais mais profundos no corpo.

O que significa a presença de câncer no linfonodo?

Depende. Às vezes há tão poucas células cancerígenas no linfonodo que o patologista deve realizar exames especiais para encontrá-las. No caso de encontrar somente algumas células cancerígenas em um linfonodo, isto não modifica o esquema de tratamento do câncer.

Em caso de encontrar grande quantidade de células cancerígenas em um linfonodo, é possível observá-las mais facilmente. Se o câncer está se desenvolvendo fora do gânglio linfático através da camada de tecido conjuntivo para o lado de fora (cápsula) é denominada extensão extracapsular.

Grandes quantidades de células cancerígenas nos linfonodos podem significar que o câncer está em rápido crescimento e/ou mais propenso a se disseminar para outros locais do corpo. Mas, se os linfonodos próximos são os únicos locais onde o câncer foi encontrado além do sitio primário, a cirurgia para remover o tumor e os linfonodos próximos pode ser suficiente para retirar toda a doença.

O câncer que se espalhou para os linfonodos mais distantes do sitio primário é mais provável que precise de tratamento adicional, como quimioterapia ou radioterapia.

Acometimento dos linfonodos x estágio do câncer

O tratamento do câncer está baseado no tipo de câncer e no estágio da doença. Os médicos utilizam um sistema para atribuir um estágio para o câncer. O sistema de estadiamento mais comum é o sistema TNM. O T significa Tumor, o M significa Metástase, e o N significa Linfonodo. Se não são encontradas  células cancerígenas nos linfonodos próximos ao tumor, se atribui ao N um valor de 0. Se nós linfonodos próximos ou distantes é encontrado câncer, ao N se atribui um número, que pode ser 1, 2 ou algumas vezes 3, dependendo de quantos gânglios estão afetados, a quantidade de doença presente, o tamanho e sua localização.

Um câncer com estágio TNM baixo é geralmente mais fácil de tratar e tem um melhor prognóstico. Por exemplo, um câncer T1, N0, M0, corresponde a um câncer que foi diagnosticado precocemente, antes de se disseminar. O T1 significa que é um tumor pequeno, o N0 significa que nenhum linfonodo está acometido, e o M0 significa que não foram encontradas metástases.

Efeitos colaterais da retirada dos linfonodos

Os linfonodos que foram retirados durante uma cirurgia, podem deixar parte do corpo sem uma forma eficiente de drenar a linfa da área afetada. Muitos dos vasos linfáticos não têm mais onde drenar já que o linfonodo aonde chegavam foi retirado, o que pode provocar o retorno do líquido linfático. Isto é denominado linfedema, e pode tornar-se um problema a longo prazo. Quanto mais linfonodos são retirados mais a chance que isto ocorra. No entanto existem maneiras que podem ajudar a diminuir os efeitos de uma linfadenectomia. Converse com seu médico sobre o seu tratamento, e em caso de cirurgia se também serão retirados os linfonodos.

Fonte: American Cancer Society (14/04/2015)

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Marcadores tumorais

Os marcadores tumorais são proteínas ou outras substâncias produzidas tanto por células normais quanto por células cancerígenas, mas em quantidades maiores pelas células cancerígenas. Eles podem ser encontrados no sangue, urina, fezes, tumores ou em outros tecidos ou fluídos corporais de alguns pacientes com câncer. No entanto, cada vez mais, marcadores genômicos, como mutações genéticas tumorais, padrões de expressão gênica tumoral e alterações não genéticas no DNA tumoral, estão sendo usados como marcadores tumorais.

Existem vários marcadores tumorais em uso clínico. Alguns estão associados a apenas um tipo de câncer, enquanto outros estão relacionados a vários tipos de câncer. Não existe um marcador tumoral “universal” que possa revelar a presença de qualquer tipo de neoplasia.

Como os marcadores tumorais são usados ​​no tratamento do câncer

Existem dois tipos principais de marcadores tumorais com usos diferentes no tratamento do câncer: marcadores tumorais circulantes e marcadores do tecido tumoral.

Os marcadores tumorais circulantes são encontrados no sangue, urina, fezes ou fluídos corporais de alguns pacientes com câncer e são usados ​​para:

Estimar o prognóstico.
Determinar se existe doença residual ou recidiva após o tratamento.
Avaliar a resposta ao tratamento.
Monitorar se um tumor se tornou resistente ao tratamento.
Embora níveis elevados de um marcador de tumor circulante possam sugerir a presença de câncer, o resultado por si só não é suficiente para diagnosticar a doença. Por exemplo, condições não cancerígenas podem, às vezes, provocar o aumento de determinados marcadores tumorais. Além disso, nem todos com um tipo específico de câncer terão um nível mais alto de um marcador tumoral associado a esse câncer. Portanto, os valores dos marcadores tumorais circulantes geralmente são combinados com os resultados de outros testes, como biópsias ou exames de imagem, para diagnosticar o câncer.

Os marcadores tumorais também podem ser determinados periodicamente durante a realização do tratamento. Por exemplo, uma diminuição no nível de um marcador tumoral circulante pode indicar que o tumor está respondendo ao tratamento, enquanto um nível crescente ou inalterado pode indicar que não está respondendo.

Os marcadores tumorais circulantes também podem ser determinados após o término do tratamento para investigar a possibilidade de uma recidiva da doença.

Exemplos de marcadores tumorais circulantes comumente usados ​​incluem a calcitonina (para monitorar a resposta ao tratamento, rastrear a recidiva e estimar o prognóstico do câncer medular de tireoide), CA-125 (para monitorar a resposta ao tratamento e avaliar a recidiva do câncer de ovário) e beta-2-microglobulina (para avaliar a resposta ao tratamento e o prognóstico do mieloma múltiplo, leucemia linfoide crônica e alguns linfomas).

Já os marcadores de tecidos tumorais são encontrados nos próprios tumores, normalmente na amostra do tumor que é retirada durante a biópsia. Estes são usados para:

Diagnosticar, estadiar e/ou classificar o tumor.
Estimar o prognóstico.
Determinar o tipo tratamento.
Em alguns tipos de câncer, o nível de um marcador de tecido tumoral reflete o estágio da doença e/ou o prognóstico do paciente. Um exemplo é a alfa-fetoproteína, determinada através de um exame de sangue para o estadiamento da doença, estimar o prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento de tumores de células germinativas.

Os marcadores de tecidos tumorais podem ser determinados antes do tratamento para orientar os médicos a planejar a melhor opção terapêutica. Por exemplo, alguns exames, denominados diagnósticos complementares, desenvolvidos junto com a respectiva terapia-alvo dirigida, são usados para determinar se o tratamento com uma determinada terapia-alvo é indicada. Alguns desses exames determinam quanto do marcador de tecido tumoral está presente; outros detectam a presença de um marcador específico, como uma mutação genética.

Alguns marcadores tumorais são os alvos de terapias-alvo específicas. No entanto, nem todos os alvos de uma terapia-alvo específica são marcadores tumorais testados em pacientes.

Exemplos de marcadores de tecidos tumorais comumente usados ​​incluem o receptor de estrogênio e de progesterona (câncer de mama) ​​para determinar se o tratamento hormonioterápico e algumas terapias-alvo são indicados para a paciente; análise de mutação gênica de EGFR (câncer de pulmão de não pequenas células) para determinar o tratamento e estimar o prognóstico da doença; e PD-L1 (vários tipos de câncer), para determinar se o tratamento com um tipo de terapia-alvo denominado inibidor do controle imunológico é indicado.

Como os marcadores tumorais são determinados

Para verificar a presença de um marcador tumoral, uma amostra de tecido tumoral ou fluído corporal do paciente é enviada para análise em um laboratório de patologia.

Se o marcador tumoral estiver sendo usado para verificar se o tratamento está respondendo ou se há uma recidiva da doença, o valor do marcador será medido em várias amostras coletadas em momentos diferentes durante e após o tratamento. Normalmente, essas medições realizadas em série, que mostram como o nível de um marcador está mudando ao longo do tempo, são mais significativas que uma única medição.

Alguns marcadores, como a presença ou ausência de uma alteração genética específica que torna um tumor candidato ao tratamento com uma terapia-alvo específica, não mudam com o tempo. No entanto, a proporção de células tumorais que apresentam essa alteração pode mudar durante e após o tratamento.

Marcadores tumorais específicos

Atualmente, vários marcadores tumorais estão em uso ​​para uma ampla variedade de tipos de câncer. A lista abaixo não inclui os marcadores tumorais testados por imunofenotipagem e imuno-histoquímica para ajudar a diagnosticar o câncer e a distinguir entre os diferentes tipos de câncer. Alguns marcadores tumorais listados abaixo são alvos para terapia-alvo de vários tipos de cânceres, mas servem como marcadores tumorais para apenas um subconjunto de neoplasias.

Alfa-fetoproteína (AFP)
Tipos de câncer: câncer de fígado e tumores de células germinativas.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico do câncer de fígado e monitorar a resposta ao tratamento; estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento de tumores de células germinativas.

ALK rearranjos e superexpressão
Tipos de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células e linfoma anaplásico de grandes células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar o tratamento e prognóstico.

Amplificação do gene HER2/neu ou superexpressão de proteínas
Tipos de câncer: câncer de mama, câncer de ovário, câncer de bexiga, câncer de pâncreas e câncer de estômago.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com determinadas terapias-alvo é indicado.

Ativador do plasminogênio da uroquinase (uPA) e inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1)
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar a agressividade do tumor e orientar o tratamento.

Assinatura de 5 proteínas
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: avaliar no pré-operatório a massa pélvica suspeita de câncer de ovário.

Assinatura de 17 genes
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: tumor.
Uso: prever a agressividade do tumor e monitorar o tratamento.

Assinatura de 21 genes
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: avaliar o risco de recidiva e planejar o tratamento.

Assinatura de 46 genes
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: tumor.
Uso: prever a agressividade do tumor e monitorar o tratamento.

Assinatura de 70 genes
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: avaliar o risco de recidiva.

Beta-2-microglobulina (B2M)
Tipos de câncer: mieloma múltiplo, leucemia linfoide crônica e alguns linfomas.
O que é analisado: sangue, urina ou líquido cefalorraquidiano.
Uso: determinar o prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

Beta-hCG (Gonadotrofina coriônica humana beta)
Tipos de câncer: coriocarcinoma e tumores de células germinativas.
O que é analisado: urina ou sangue.
Uso: estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

BRAF V600
Tipos de câncer: melanoma cutâneo, doença de Erdheim-Chester, câncer colorretal e câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: selecionar pacientes com maior probabilidade de se beneficiar do tratamento com determinadas terapias-alvo.

BRCA1 e BRCA2 Mutações nos genes
Tipos de câncer: câncer de ovário e câncer de mama.
O que é analisado: sangue e/ou tumor
Uso: determinar se o tratamento com um tipo específico de terapia-alvo é indicado.

BTA (Antígeno tumoral da bexiga)
Tipos de câncer: câncer de bexiga e câncer de rim ou ureter.
O que é analisado: urina.
Uso: vigilância com citologia e cistoscopia de pacientes diagnosticados com câncer de bexiga.

Catecolaminas na urina: VMA e HVA
Tipo de câncer: neuroblastoma.
O que é analisado: urina.
Uso: diagnóstico.

CEA (Antígeno carcinoembrionário)
Tipos de câncer: câncer colorretal e alguns outros tipos de câncer.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e verificar se a doença recidivou ou se disseminou.

Células tumorais circulantes de origem epitelial
Tipos de câncer: câncer de mama avançado, câncer de próstata e câncer colorretal.
O que é analisado: sangue.
Uso: prognóstico.

C-kit/CD117
Tipos de câncer: tumor estromal gastrointestinal, melanoma da mucosa, leucemia mieloide aguda e doença mastocitária.
O que é analisado: tumor, sangue ou medula óssea.
Uso: diagnóstico e determinação do tratamento.

CA15-3/CA27.29
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

CA19-9
Tipos de câncer: câncer de pâncreas, vesícula biliar, ducto biliar e gástrico.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento.

CA-125
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

CA 27.29
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnosticar metástase ou avaliação da recidiva.

Calcitonina
Tipo de câncer: câncer medular da tireoide.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

CD20
Tipo de câncer: linfoma não-Hodgkin.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CD22
Tipos de câncer: leucemia de células pilosas e neoplasias de células B.
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnóstico.

CD25
Tipo de câncer: linfoma não Hodgkin (célula T).
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CD30
Tipos de câncer: micose fungóide e linfoma de células T periférico.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CD33
Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CDx (F1CDx)
Tipo de câncer: qualquer tumor sólido
O que é analisado: tumor
Uso: diagnóstico complementar para determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Cromogranina A (CgA)
Tipo de câncer: tumores neuroendócrinos.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

Cromossomos 3, 7, 17 e 9p21
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitoramento da recidiva do tumor.

DCP (Des-gama-carboxi-protrombina)
Tipo de câncer: carcinoma hepatocelular.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a eficácia do tratamento e diagnóstico da recidiva.

Desidrogenase láctica (LDH)
Tipos de câncer: tumores de células germinativas, linfoma, leucemia, melanoma e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

DPD Mutação no gene
Tipos de câncer: câncer de mama, câncer colorretal, câncer de estômago e câncer de pâncreas.
O que é analisado: sangue.
Uso: prever o risco de uma reação tóxica ao tratamento com 5-fluorouracil.

EGFR
Tipo de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar o tratamento e o prognóstico.

Enolase específica de neurônios (NSE)
Tipos de câncer: câncer de pulmão de pequenas células e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

Exclusão do cromossomo 17p
Tipo de câncer: leucemia linfocítica crônica.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com determinada terapia-alvo é indicado.

FGFR2 e FGFR3 Mutações nos genes
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

FLT3 Mutações no gene
Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com determinadas terapias-alvo é indicado.

Fibrina/Fibrinogênio
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitorar a progressão e monitorar a resposta ao tratamento.

Fragmento de citoqueratina 21-1
Tipo de câncer: câncer de pulmão.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitoramento da recidiva.

Fosfatase ácida prostática (PAP)
Tipo de câncer: câncer de próstata avançado.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico de carcinomas pouco diferenciados.

Fusão do gene PML/RARα
Tipo de câncer: leucemia promielocítica aguda (LPA).
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnosticar a LPA, prever a resposta à terapia com ácido trans-retinóico ou trióxido de arsênico, avaliar a eficácia do tratamento, monitorar a doença residual mínima e prever recidivas precoces.

Gastrina
Tipo de câncer: tumor produtor de gastrina (gastrinoma).
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a eficácia do tratamento e avaliação da recidiva.

Gene de fusão BCR-ABL (cromossomo Philadelphia)
Tipos de câncer: leucemia mieloide crônica, leucemia linfoide aguda e leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue ou medula óssea.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta à terapia-alvo, determinar se o tratamento com um tipo específico de terapia-alvo é indicado e monitorar o status da doença.

HE4
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: planejamento do tratamento, avaliar a progressão da doença e monitorar a recidiva.

Homozigosidade variante UGT1A1* 28
Tipo de câncer: câncer colorretal.
O que é analisado: sangue e esfregaço bucal (bochecha).
Uso: prever a toxicidade do tratamento com irinotecano.

IDH1 e IDH2 Mutações nos genes
Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: medula óssea e sangue.
Uso: determinar se o tratamento com determinadas terapias-alvo é indicado.

Imunoglobulinas
Tipos de câncer: mieloma múltiplo e macroglobulinemia de Waldenstrom.
O que é analisado: sangue e urina.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

Instabilidade de microssatélites (MSI) e/ou incompatibilidade de reparo deficiente (dMMR)
Tipos de câncer: câncer colorretal e outros tumores sólidos.
O que é analisado: tumor.
Uso: orientar o tratamento e identificar síndromes com alto risco de desenvolver câncer.

JAK2 Mutação no gene
Tipo de câncer: determinados tipos de leucemia.
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnóstico.

KRAS Mutação do gene
Tipos de câncer: câncer colorretal e câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

LDH (Desidrogenase láctica)
Tipos de câncer: tumores de células germinativas, linfoma, leucemia, melanoma e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

Peptídeos solúveis relacionados à mesotelina (SMRP)
Tipo de câncer: mesotelioma.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a progressão ou recidiva da doença.

PD-L1 (Ligante de morte celular programada 1)
Tipos de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células, câncer de fígado, câncer de estômago, câncer de junção gastroesofágica, linfoma de Hodgkin e outros subtipos de linfoma agressivo.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Proteína da matriz nuclear 22
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento.

PSA (Antígeno prostático específico)
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

PCA3 mRNA
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: urina (coletada após o exame retal digital).
Uso: determinar a necessidade de repetir biópsia após uma biópsia negativa.

Receptor de estrogênio (ER)/Receptor de progesterona (PR)
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com hormonioterapia e algumas terapias-alvo é indicado.

Receptor de somatostatina
Tipo de câncer: tumores neuroendócrinos que afetam o pâncreas ou o trato gastrointestinal.
O que é analisado: tumor (por diagnóstico por imagem).
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Reorganização do gene ROS1
Tipo de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Reorganização do gene da imunoglobulina de células B
Tipo de câncer: linfoma de células B.
O que é analisado: sangue, medula óssea ou tecido tumoral.
Uso: diagnóstico, avaliar eficácia do tratamento e verificar a avaliação da recidiva.

Reorganização do gene do receptor de células T
Tipo de câncer: linfoma de células T.
O que é analisado: medula óssea, tecido, líquido corporal e sangue.
Uso: diagnóstico e, às vezes, diagnosticar e avaliar doenças residuais.

Tiroglobulina
Tipo de câncer: câncer de tireoide.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e diagnosticar a recidiva.

TPMT (Atividade enzimática da tiopurina S-metiltransferase) ou teste genético da TMPT
Tipo de câncer: leucemia linfoblástica aguda.
O que é analisado: sangue e esfregaço bucal (bochecha).
Uso: prever o risco de toxicidade da medula óssea (mielossupressão) com o tratamento com tiopurina.

5-HIAA
Tipo de câncer: tumores carcinóides.
O que é analisado: urina.
Uso: diagnóstico e monitorar a doença.

Marcadores tumorais usados no rastreamento do câncer

Como os marcadores tumorais podem ser usados para prever a resposta da doença ao tratamento e seu prognóstico, os pesquisadores esperam que eles também possam ser úteis nos exames de rastreamento, que têm por objetivo diagnosticar o câncer em estágio inicial, ou seja, antes que ocorra qualquer sinal ou sintoma da doença.

No entanto, embora os marcadores tumorais sejam extremamente úteis para determinar se um tumor está respondendo ao tratamento ou avaliar se ocorreu uma recidiva, nenhum marcador tumoral identificado até o momento é suficientemente sensível (ou seja, capaz de identificar corretamente os pacientes que têm a doença) ou específico (isto é, capaz de identificar corretamente pessoas que não têm a doença) para rastrear o câncer.

Por exemplo, até recentemente, o exame de PSA (antígeno prostático específico), que mede o nível do antígeno no sangue, era usado rotineiramente para rastrear homens quanto ao câncer de próstata. No entanto, um nível aumentado de PSA pode ser provocado por condições benignas da próstata, bem como pelo próprio câncer de próstata. É importante mencionar que a maioria dos homens com um nível elevado de PSA não tem câncer de próstata. Como os resultados de estudos clínicos mostraram que o exame do PSA leva, na melhor das hipóteses, a uma pequena redução no número de mortes por câncer de próstata e pode levar a erros de diagnóstico e tratamento excessivos, ele não é mais indicado para o rastreamento de rotina. Atualmente, é usado para monitorar homens com histórico de câncer de próstata para verificar a recidiva da doença.

Pesquisas em andamento para o desenvolvimento de novos marcadores tumorais

Os pesquisadores estão dedicados a desenvolver novos biomarcadores que possam ser usados ​​na identificação de tumores em estágios iniciais, para prever a eficácia do tratamento e a chance de recidiva da doença.

A biópsia líquida já é uma nova abordagem para o estudo de tumores na qual fragmentos de material tumoral, incluindo o DNA e outras moléculas, bem como células inteiras liberadas por tumores, são analisadas ​​em líquidos corporais, como o sangue. A biópsia líquida consiste portanto, em retirar amostras de sangue para analisar tumores de forma mais rápida e menos invasiva. Os resultados obtidos mostram os tipos de mutações genéticas presentes nas células cancerosas (diferente de uma biópsia convencional que aponta se há presença de células cancerígenas na região analisada), permitindo identificar a melhor opção para o tratamento de cada paciente.

 

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Texto originalmente publicado no site da National Cancer Institute, em 06/05/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

MAIO VERMELHO – CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE CÂNCER BUCAL

MAIO VERMELHO – CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE CÂNCER BUCAL

É preciso falar disso.

No Brasil, 15 mil novos casos de câncer de boca são estimados a cada ano. A taxa de mortalidade se mantém em 50% e o diagnóstico tardio parece ser o principal responsável por este quadro, pois quanto mais avançado, mais limitadas são as alternativas de tratamento e pior é o prognóstico.
Se diagnosticado no início, o câncer de boca tem cura. Esclareça suas dúvidas com um profissional de saúde.

O que é o câncer de boca? É um tipo de tumor maligno que acomete: lábios, gengiva, bochechas, céu da boca (palato), língua (principalmente as bordas) e assoalho da boca (região embaixo da língua).
Quais os principais sinais de alerta para o câncer de boca? Feridas nos lábios e na boca que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas na boca e sangramentos sem causa conhecida em qualquer região da boca. Esses sinais podem não se confirmar como câncer de boca, mas precisam ser investigados por um profissional de saúde.
Além desses, existem outros sinais ou sintomas? Sim. Pode haver nódulos (caroços) no pescoço e rouquidão persistente. Em fases mais avançadas da doença, a pessoa pode apresentar dificuldade para falar, mastigar ou engolir.
O que pode levar a pessoa a ter câncer de boca? O fumo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são os principais fatores de risco. Quanto maior o número de cigarros e de doses de bebidas alcoólicas ingeridas, maiores são as chances de ter a doença. Além disso, a exposição ao sol sem proteção é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de lábio.
Existem outros fatores de risco? Sim, o vírus HPV (Papiloma Vírus Humano), quando transmitido por sexo oral, está associado a casos de câncer na cavidade oral. A alimentação pobre em frutas, legumes e verduras pode também estar relacionada à ocorrência desse câncer.
Como descobrir o câncer de boca? Por meio do exame clínico da boca, realizado por dentista ou médico, em qualquer unidade de saúde. O exame clínico da boca é um procedimento simples de observação que não requer instrumentos especiais, podendo ser feito nas consultas odontológicas ou médicas. Com esse exame é possível visualizar lesões suspeitas e diagnosticar o câncer de boca no início.
O que fazer para diminuir o risco do câncer de boca? Não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, ter uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes e usar preservativo (camisinha), inclusive durante a prática do sexo oral.
O câncer de boca tem cura? Sim, principalmente se diagnosticado e tratado nas fases iniciais.

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BRCA

Mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2 são as mais conhecidas em pacientes com câncer de mama e ovário. Entenda o que são estas mutações e saiba como e qual a importância de identificá-las.

 

BRCA1 E BRCA2

BRCA1 e BRCA2 produzem proteínas supressoras do tumor. Essas proteínas reparam o DNA danificado e, portanto, desempenham um papel na garantia da estabilidade do material genético de cada célula. Quando um desses genes sofre uma mutação ou alteração, de forma que seu produto proteico não funcione corretamente, o dano ao DNA pode não ser reparado de maneira adequada. Como resultado, as células têm maior probabilidade de desenvolver alterações genéticas que podem levar ao desenvolvimento do câncer.

Mutações hereditárias específicas em BRCA1 e BRCA2 aumentam o risco de câncer de mama e de câncer de ovário em mulheres, mas também já foram associadas ao aumento do risco de outros tipos de câncer. Pessoas que herdam mutações BRCA1 e BRCA2 tendem a desenvolver câncer de mama e câncer de ovário em idades mais jovens do que aquelas que não têm essas mutações.

Uma mutação BRCA1 ou BRCA2 pode ser herdada de qualquer um dos pais. Se um pai possui a mutação, cada um de seus filhos terá 50% de chance de herdar a mutação.

 

MUTAÇÕES NO BRCA

Uma pequena porcentagem de pessoas (uma em 400 ou 0,25% da população) têm os genes BRCA1 ou BRCA2 mutados.

Mulheres com determinadas mutações genéticas têm um risco aumentado de câncer ao longo da vida. Estima-se que 55 a 65% das mulheres com a mutação BRCA1 desenvolverão câncer de mama antes dos 70 anos e que aproximadamente 45% das mulheres com uma mutação BRCA2 desenvolverão câncer de mama até os 70 anos.

A população feminina em geral, que não apresenta mutação genética, tem cerca de 7% de chance de desenvolver câncer de mama até os 70 anos. Esse risco ao longo da vida é cerca de 12%.

Isso significa que até os 70 anos:

  • Em um grupo de 100 mulheres sem uma mutação BRCA1 ou BRCA2, cerca de 7 terão câncer de mama.
  • Em um grupo de 100 mulheres com uma mutação BRCA1 ou BRCA2, 45 a 65 terão câncer de mama.

Vale lembrar que esses números representam o risco médio.

Isso quer dizer que toda mulher com mutação BRCA1 ou BRCA2 terá, obrigatoriamente, câncer de mama? Não. Muitas mulheres com a mutação não desenvolverão a doença. Isso porque, a mutação BRCA é um dos fatores que aumentará o risco dessa mulher vir a ter câncer, mas o desenvolvimento de um tumor, normalmente, depende de uma combinação de fatores. Por isso que  a maioria dos cânceres de mama não está relacionada a mutações genéticas hereditárias.

As mulheres com mutação no gene BRCA1 apresentam um risco aumentado de câncer de mama triplo negativo mais agressivo e difícil de ser tratado. Ou seja, o câncer de mama triplo negativo é receptor de estrogênio negativo, receptor de progesterona negativo e HER2-negativo.

As mulheres portadoras da mutação BRCA2 tendem a ter cânceres de mama receptor de estrogênio positivo.

Uma mutação BRCA1 ou BRCA2 pode aumentar o risco de um segundo câncer de mama primário e, geralmente, ocorrem na mama contralateral. Para mulheres portadoras da mutação BRCA1 ou 2, a chance de um câncer de mama contralateral 10 anos após o diagnóstico do primeiro câncer é de cerca de 10% a 30% em comparação com cerca de 5% a 10% para mulheres sem uma mutação de BRCA1/2 diagnosticada com câncer de mama.

O risco ao longo da vida de um segundo câncer de mama contralateral primário é de cerca de 40% a 80% para mulheres portadoras de BRCA1 ou 2.

Esses dados podem ser alarmantes. No entanto, é importante observar que menos de 10% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama têm uma mutação BRCA. Além disso, com a detecção precoce, a grande maioria dos casos de câncer de mama pode ser tratada com sucesso, ainda em pacientes com mutação BRCA1 ou BRCA2.

 

TESTES GENÉTICOS

O teste genético dá às pessoas a chance de saber se o câncer de mama ou o histórico familiar de câncer de mama se deve a uma mutação genética hereditária.

Atualmente vários testes genéticos estão disponíveis. Alguns deles procuram uma mutação específica no gene BRCA1 ou BRCA2 que já foi identificada em algum membro da família. Outros verificam todas as mutações conhecidas em ambos os genes. O teste multigênico usa o sequenciamento de última geração para procurar mutações em muitos genes que estão associados a um risco aumentado de câncer de mama e de ovário, incluindo BRCA1 e BRCA2, simultaneamente.

O DNA (geralmente de uma amostra de sangue ou saliva) é necessário para esses testes. A amostra é enviada a um laboratório para análise. Geralmente, leva cerca de um mês para se obter os resultados.

 

GERENCIANDO O RISCO

Várias opções estão disponíveis para gerenciar o risco de câncer em pessoas com uma mutação BRCA1 ou BRCA2 conhecida. Isso inclui rastreamento, cirurgia profilática (para redução de risco) e quimioprevenção.

Rastreamento. Algumas mulheres com teste positivo para as mutações BRCA1 e BRCA2 podem iniciar o rastreamento do câncer de mama em idades mais jovens e/ou fazer o rastreamento mais frequentemente do que as mulheres com risco médio para o câncer de mama. Por exemplo, alguns médicos recomendam que as mulheres portadoras de mutação no BRCA1 ou BRCA2 sejam submetidas a exames clínicos das mamas a partir dos 25 aos 35 anos de idade. E alguns grupos de médicos sugerem que as mulheres portadoras de mutação façam mamografia anual, a partir dos 25 anos até os 35 anos.

Os exames de rastreamento para o câncer de mama são feitos para detectar o câncer em pessoas assintomáticas. As pessoas portadoras de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 precisam ser rastreadas para câncer de mama mais cedo e com mais frequência do que outras mulheres. Elas também devem estar cientes dos sinais de alerta do câncer de mama.

Esse rastreamento pode aumentar a chance de diagnosticar câncer de mama em um estágio inicial e aumentar a chance de sucesso do tratamento. Estudos mostraram que a ressonância magnética tem sido mais eficaz do que a mamografia no diagnóstico de tumores, particularmente em mulheres mais jovens com alto risco de câncer de mama. No entanto, a mamografia também pode identificar alguns cânceres de mama que não são observados na ressonância magnética. Além disso, a ressonância magnética pode ser menos específica, ou seja, levar a mais resultados falso-positivos do que a mamografia.

Recomenda-se os seguintes exames para o rastreamento para pessoas com mutações nos genes BRCA 1 e BRCA2:

Exame clínico das mamasMamografiaRessonância magnética
Até os 25 anosSemestralmenteNão recomendadoNão recomendado
Entre os 25 e 29 anosSemestralmenteApenas se a ressonância magnética da mama não estiver disponível.

Anualmente

Anualmente (Se a ressonância magnética da mama não estiver disponível, mamografia)
A partir dos 30 anosSemestralmenteAnualmenteAnualmente

Atualmente, não existem métodos eficazes de rastreamento para o câncer de ovário. Alguns grupos recomendam ultrassom transvaginal, exames de sangue para o antígeno CA-125 e exames clínicos para o rastreamento de câncer de ovário em mulheres com mutações BRCA1 ou BRCA2, mas nenhum desses métodos parece diagnosticar tumores de ovário em estágio inicial o suficiente para reduzir o risco de morrer. Para um método de rastreamento ser considerado eficaz, deve demonstrar a redução da mortalidade pela doença. Esse padrão ainda não foi cumprido para o rastreamento do câncer de ovário.

Os benefícios do rastreamento do câncer de mama e de outros cânceres em homens que têm mutações BRCA1 ou BRCA2 também não são conhecidos, mas alguns grupos de especialistas recomendam que os homens portadores de uma mutação se submetam a exames de mama regulares, bem como a testes para câncer de próstata.

Texto originalmente publicado nos sites National Cancer Institute (30/01/2018), National Breast Cancer Foundation (25/09/2020) e Susan G. Komen (25/02/2020), livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

Biópsia e citologia das amostras

A espera pelo resultado de uma biópsia e um possível diagnóstico de câncer pode ser muito estressante. Mas entender o processo dos exames realizados para diagnosticar e estadiar a doença pode ajudar a compreender os resultados e como eles influenciam na escolha do tratamento. Além, de ajudá-lo a poder discutir com seu médico sobre as melhores opções terapêuticas para seu caso.

Na maior parte do processo de análise das amostras da biópsia o paciente não tem contato nem conhecimento. Entretanto, você terá a chance de saber e fazer perguntas para o seu médico e equipe. Você terá a possibilidade de saber o que todos os profissionais envolvidos fazem. Por outro lado, é muito raro que um paciente encontre e conheça um patologista ou ainda outros profissionais que trabalham no laboratório de análise patológica.

Como o câncer é diagnosticado?

O diagnóstico de câncer é quase sempre realizado por um especialista, que analisa as amostras de células ou de tecidos ao microscópio. Em alguns casos, testes laboratoriais como DNA e RNA, ajudarão a dizer se o câncer está (ou não) presente. Esses testes também podem ajudar na escolha das melhores opções de tratamento.

Análises das células e tecidos podem evidenciar muitos outros tipos de doenças e não só o câncer. Por exemplo, se os médicos não têm certeza de que um nódulo é cancerígeno, eles podem processar a amostra para determinar se é câncer ou eventualmente outra enfermidade como um cisto, uma infecção ou outras alterações que podem provocar o aparecimento de lesões que possam ser parecidas com um tumor cancerígeno.

O processo realizado para esse fim se denomina Biópsia.
A amostra de tecido é chamada Espécime de biópsia.
O exame é denominado Exame anatomopatológico.

Nódulos que aparentam ser câncer podem ser diagnosticados por exames de imagem ou através de um exame clínico. Entretanto, nem todos os nódulos são cancerígenos.

Tipos de biópsia

A biópsia pode ser feita de células de praticamente qualquer parte do corpo. Como as amostras são coletadas, depende da localização do tumor e o tipo de neoplasia. Por exemplo, as técnicas utilizadas para biópsias de pele são muito diferentes daquelas feitas para biópsias cerebrais.

Alguns tipos de biópsias removem o órgão inteiro, essas são realizadas apenas por cirurgiões. Outros tipos podem retirar amostras do tumor através de uma agulha fina ou por meio de um endoscópio. Essas biópsias podem ser feitas por cirurgiões, mas também podem ser feitas por clínicos.

Os tipos de biópsias comumente usadas para o diagnóstico do câncer são:

  • Punção aspirativa por agulha fina.  A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) utiliza uma agulha muito fina e uma seringa para retirar uma pequena quantidade de material do tumor. Em caso do tumor se encontrar em camadas mais profundas, a agulha pode ser guiada por um exame de imagem, por exemplo, ultrassom ou tomografia computadorizada. As principais vantagens da PAAF são não requerer uma incisão, e em alguns casos, ser possível fazer o diagnóstico no mesmo dia. A principal desvantagem é que, a agulha não pode remover a suficiente quantidade de tecido para um diagnóstico definitivo. Embora a PAAF seja um tipo de biópsia, também é considerada um exame citológico.
  • Core biopsy. Biópsia por agulha grossa, biópsia de fragmento com agulha (BFA) ou core biopsy utiliza agulhas que são de tamanho e calibre um pouco maiores do que as utilizadas na PAAF. Com elas podem ser retiradas amostras cilíndricas de tecido de 0,6 cm de diâmetro por 1,2 cm de comprimento.  A core biopsy é feita de forma ambulatorial com anestesia local.  Como na PAAF, a core biopsy pode tirar amostras de nódulos que foram diagnosticados no exame clínico ou em exames de imagem. O processamento das amostras da core biópsia normalmente demoram mais do que o processamento de biópsias por agulha fina.
  • Biópsia excisional ou incisional. Na biópsia excisional um cirurgião realiza um corte na pele para remover todo o tumor, na biópsia incisional é feito um corte e retirado um fragmento do tumor. O procedimento e realizado sob anestesia local ou regional. Se o tumor se encontra alojado no interior do tórax ou do abdome, o procedimento é feito sob anestesia geral.
  • Biópsia endoscópica. Um endoscópio é um tubo flexível com uma câmera na ponta que permite observar o interior do corpo. Amostras de tecidos também pode ser retiradas através do endoscópio para o diagnóstico de câncer. Diferentes tipos de endoscópios são usados ​​para observar diferentes partes do corpo. Por exemplo, um tipo de endoscópio é usado para observar o interior do nariz, seios nasais e garganta (rinoscópio). Outro tipo de endoscópio é usado para olhar a parte superior do trato digestivo: esôfago, estômago e primeira parte do intestino (endoscópio). Outro para observar a parte interna da traqueia e brônquios (broncoscópio). Outro para ver a parte interna do intestino grosso (colonoscópio).
  • Laparoscopia, toracoscopia e mediastinoscopia. A laparoscopia é muito parecida com a endoscopia, mas usa um aparelho um pouco diferente para observar dentro do abdome e retirar amostras de tecido. Primeiro deve ser feita uma pequena incisão no abdome, em seguida, o laparoscópio é passado através dessa abertura para ver o interior. Os procedimentos para observar dentro do tórax são chamados de mediastinoscopia e toracoscopia.
  • Laparotomia e toracotomia. A laparotomia é um tipo de cirurgia que consiste em realizar uma incisão no abdome. É geralmente um corte vertical de cima para baixo. Está indicada quando uma área suspeita que não pode ser diagnosticada por meio de exames menos invasivos (como uma biópsia por agulha ou laparoscopia). Durante a laparotomia, também pode ser coletada uma amostra de biópsia e o cirurgião pode observar diretamente o tamanho e a localização da lesão. Tecidos próximos também podem ser examinados. O procedimento é realizado sob anestesia geral. O procedimento realizado no tórax é denominado toracotomia.
  • Biópsias de pele. Há muitas maneiras de fazer uma biópsia da pele. Os médicos escolhem a mais adequada para o tipo de tumor suspeito. A biópsia shave remove as camadas externas da pele e é indicada para alguns tipos de câncer basocelulares ou câncer de pele espinocelular, mas não são recomendados para lesões suspeitas de melanoma. A biópsia por punção ou excisional remove as camadas mais profundas da pele e pode ser usada para verificar a profundidade do melanoma na pele, um fator importante na determinação do tratamento para esse tipo de câncer.
  • Biópsia do linfonodo sentinela. O mapeamento dos linfonodos ajuda o cirurgião a saber quais gânglios linfáticos devem ser removidos na biópsia. A biópsia do linfonodo sentinela se tornou uma forma comum para diagnosticar se o câncer (especialmente o melanoma ou o câncer de mama) se disseminou para os linfonodos. Esse procedimento pode ajudar a determinar se os linfonodos que drenam a linfa do local onde a neoplasia começou foram acometidos pela doença. Se o câncer se disseminou, esses linfonodos são geralmente os primeiros locais para onde a doença se espalha. Por isso, esses linfonodos são denominados linfonodos sentinelas. Para diagnosticar o linfonodo sentinela, o médico injeta uma pequena quantidade de material radioativo. Posteriormente é injetada uma pequena quantidade de corante azul inofensivo para o organismo, no local onde está localizado o câncer. Após aproximadamente uma hora, o cirurgião faz uma pequena incisão na região do linfonodo que foi encontrado previamente com o teste radioativo. Esses linfonodos são então analisados para diagnosticar qual deles ficou azul ou se tornou radioativo. Quando o linfonodo sentinela é encontrado, ele é removido (biópsia excisional) e é analisado ao microscópio. Se o linfonodo sentinela não contém células cancerígenas, não é necessário remover mais linfonodos porque é muito improvável que o câncer tenha se espalhado além deste ponto. Se células cancerígenas são diagnosticadas no linfonodo sentinela, o restante dos linfonodos dessa área são removidos e analisados. Isto é denominado dissecção linfonodal.

Tipos de citologia

O diagnóstico de doenças pela análise das células individuais e pequenos grupos de células é denominado citologia ou citopatologia. É uma parte importante do diagnóstico de alguns tipos de câncer.

Em comparação com a biópsia do tecido, uma amostra de citologia geralmente:

  • É mais fácil de se obter.
  • É menos desconfortável para o paciente.
  • É menos provável de apresentar complicações.
  • Os custos são menores.

A desvantagem é que, em alguns casos, o resultado da biópsia de tecido é mais precisa, no entanto, em muitos casos, a amostra citológica pode ser bastante precisa.

Os exames citológicos podem ser usados para diagnóstico ou rastreamento:

  • Um exame de diagnóstico só é utilizado em pacientes que apresentam sinais, sintomas ou alguma outra razão para suspeitar que uma determinada doença (como o câncer) possa estar presente.  Um exame de diagnóstico classifica a doença (se presente) de forma precisa.
  • Um exame de rastreamento é usado para encontrar pessoas que possam ter uma determinada doença, mesmo antes de desenvolver quaisquer sintomas. Espera-se que um exame de rastreamento possa encontrar quase todas as pessoas que são propensas a ter alguma doença, mas nem sempre serve para provar que a doença está presente.

Muitas vezes, um exame de diagnóstico é realizado, se o teste de rastreamento for positivo (isto é, se algo for encontrado no teste de triagem). Alguns exames de citologia, como o exame de Papanicolaou são usados principalmente para rastreamento, enquanto outros podem identificar com precisão os cânceres. Quando a citologia mostra câncer, muitas vezes, uma biópsia é também realizada para se ter certeza de qualquer achado anormal antes do tratamento ser iniciado.

Punção aspirativa por agulha fina

A punção por agulha fina (PAAF) é considerada, às vezes, um exame de citologia e algumas vezes é considerada uma biópsia.

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Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 30/07/2015, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

Fonte:  http://www.oncoguia.org.br/conteudo/diagnostico/9010/1/

Ultrassom

Ao contrário da maioria dos exames de diagnóstico por imagem, a ultrassonografia é uma técnica que não emprega radiação ionizante para a formação da imagem. Ela utiliza ondas sonoras de alta frequência, que quando batem em órgãos e tecidos produzem ecos. Esses ecos são convertidos em imagens, em tempo real, de órgãos, tecidos e fluxo sanguíneo do corpo, que podem ser observados na tela do computador.

O ultrassom é muito bom para mostrar imagens de algumas doenças de tecidos moles que não aparecem de forma adequada numa radiografia. O ultrassom também pode distinguir cistos cheios de líquido e tumores sólidos, porque eles produzem diferentes padrões de eco.

As imagens obtidas no ultrassom não são tão detalhadas como na tomografia computadorizada e na ressonância magnética. O ultrassom não pode distinguir um tumor benigno de uma doença cancerígena. A sua utilização também está limitada a algumas partes do corpo, porque as ondas sonoras não podem atravessar o osso e nem cavidades com ar, por exemplo, os pulmões.

Os médicos muitas vezes usam o ultrassom para guiar o posicionamento de uma agulha de biópsia.

Para alguns tipos de exames de ultrassom, o transdutor (dispositivo portátil que produz ondas sonoras e detecta ecos) é manipulado sobre a superfície da pele. As ondas sonoras passam através da pele e alcançam os órgãos abaixo dela. Em outros casos, para obter melhores imagens, o médico deve usar um transdutor, que é colocado num orifício natural do corpo, por exemplo, o esôfago, reto ou vagina.

Equipamentos especiais como o eco Doppler podem mostrar como o sangue flui através dos vasos sanguíneos. Isto é útil, porque o fluxo de sangue nos tumores é diferente do que nos tecidos normais. Alguns destes aparelhos emitem imagens coloridas. Ao contrário de outras formas de imagem dos vasos sanguíneos, o eco Doppler colorido não usa agentes de contraste. O Doppler colorido oferece aos médicos a possibilidade de determinar se a doença se espalhou para os vasos sanguíneos, especialmente para o fígado e o pâncreas.

Obtenção da Imagem

Um equipamento de ultrassom tem três componentes principais: um painel de controle, uma tela e um transdutor, que é muito semelhante a um microfone ou um mouse de computador. O transdutor emite ondas sonoras e captura os ecos de volta. O radiologista move o transdutor sobre a parte do corpo a ser estudada. O computador analisa os sinais e faz com que uma imagem apareça no visor.

A forma e intensidade dos ecos dependem da densidade do tecido. Por exemplo, a maioria das ondas sonoras atravessa um cisto cheio de líquido enviando de volta alguns ecos fracos, que formam a imagem preta vista no monitor. No entanto, quando as ondas batem contra um tumor sólido, criam um padrão de ecos que o computador mostra com uma cor mais clara.

Como se preparar para o Exame

Normalmente, não é necessária nenhuma preparação; no entanto, isso dependerá da área a ser estudada. Entretanto, o paciente receberá instruções sobre qualquer preparo necessário ao exame. Dependendo do órgão a ser avaliado, pode ser necessário não comer, tomar um laxante ou usar um enema. No caso de um ultrassom abdominal, o paciente deverá ingerir uma determinada quantidade de água antes do exame para encher a bexiga. Isto irá criar uma imagem melhor, porque as ondas sonoras viajam bem através do líquido.

Realização do Exame

O ultrassom pode ser feito em um consultório médico, clínica ou hospital. Com o paciente deitado numa maca, o médico colocará um gel sobre a pele onde o transdutor será manipulado. Esse gel lubrifica a pele e ajuda a conduzir as ondas sonoras. O gel é frio e escorregadio. Se uma sonda for usada, será coberta com gel e colocada no interior de algum orifício do corpo. Isso pode causar pressão e desconforto.

Durante o exame, o radiologista move o transdutor enquanto o pressiona firmemente contra a pele. Poderá ser solicitado que o paciente prenda a respiração por alguns segundos. Durante o exame, o paciente poderá sentir uma leve pressão do transdutor, mas não poderá escutar os sons de alta frequência.

Duração do Exame

Um ultrassom geralmente leva de 20 a 30 minutos. A duração depende do tipo de exame e da possível dificuldade em detectar quaisquer alterações nos órgãos em estudo.

Possíveis Complicações e Efeitos Colaterais

O ultrassom é um procedimento muito seguro e com baixo risco de complicações.

Informações Adicionais

  • O ultrassom não utiliza radiação.
  • Um ultrassom custa muito menos do que uma tomografia ou ressonância magnética.
  • A qualidade dos resultados depende da habilidade do técnico ou médico que opera o transdutor.
  • Em pessoas obesas obter boas imagens é mais complicado.
  • Os novos equipamentos podem oferecer imagens em 3D.

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Fonte:  http://www.oncoguia.org.br/conteudo/diagnostico/9010/1/

Exames de Medicina Nuclear

A medicina nuclear é uma especialidade médica que, utilizando uma diversidade de radionuclídeos incorporados a compostos específicos, avalia a fisiologia e o metabolismo do corpo, mediante o registro da radioatividade detectada em curvas de atividade em função do tempo, tanto para fins de diagnóstico como para fins terapêuticos.

Ao contrário das técnicas de imagem convencionais como radiografia, tomografia computadorizada, ultrassom ou ressonância magnética, a medicina nuclear tem como base a análise da função dos tecidos e de órgãos

A medicina nuclear não avalia as doenças pelo modo como elas se apresentam do ponto de vista anatômico e estrutural, e sim pela forma como a doença atua do ponto de vista funcional, bioquímico, farmacológico e até molecular.

O radionuclídeo, ligado a um composto farmacológico para ser utilizado como traçador, é denominado radiofármaco, por apresentar afinidades químicas com determinados órgãos do corpo humano e ser útil para transportar a substância radioativa para o órgão ou tecido a ser diagnosticado ou tratado.

Os tecidos do corpo que são afetados por determinadas doenças, como o câncer, podem absorver mais (ou menos) de um radiofármaco do que o tecido normal. Câmeras especiais coletam o padrão de radioatividade do corpo, criando imagens que mostram o percurso do radiofármaco e o local onde se acumula. Estes exames podem evidenciar problemas em órgãos internos melhor do que as imagens obtidas com raios X convencionais.

Os exames comumente utilizados em medicina nuclear são:

  • Cintilografia óssea.
  • Gamagrafia com gálio.
  • Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan).
  • Gamagrafia de tireoide.

Obtenção da Imagem

Os radionuclídeos mais comumente usados são:

  • Gálio 67 – Utilizado para detectar câncer em certos órgãos. Também pode ser usado para uma varredura do corpo inteiro.
  • Tecnécio 99 – É usado em exames de corpo inteiro, especialmente na cintilografia óssea, um exame para detectar a disseminação do câncer.
  • Tálio 201 – Frequentemente utilizado no estudo de doenças cardíacas. Pode ser utilizado para detectar alguns tipos de câncer.
  • Iodo 123 ou Iodo 131 – São utilizados no diagnóstico e no tratamento do câncer de tireoide.

Tomografia por emissão de pósitrons (PET Scan) – É um exame que mede variações nos processos bioquímicos, quando alterados por uma doença, e que ocorrem antes que os sinais visíveis da mesma estejam presentes em imagens de tomografia computadorizada e ressonância magnética. O PET scan é uma combinação de medicina nuclear e análise bioquímica, que permite uma visualização da fisiologia humana por detecção eletrônica de radiofármacos emissores de pósitrons de meia-vida curta.

Os radiofármacos, ou moléculas marcadas por um isótopo radioativo, são administrados ao paciente, por via venosa, antes da realização do exame. Como as células cancerígenas se reproduzem muito rapidamente, e consomem muita energia para se reproduzirem e se manterem em atividade, o exame aproveita essa propriedade. Moléculas de glicose, que são energia pura, são marcadas por um radioisótopo e injetadas nos pacientes. Como as células de tumores são ávidas da energia proveniente da glicose, esta vai concentrar-se nas células cancerígenas, onde o metabolismo celular é mais intenso. Alguns minutos depois da ingestão da glicose é possível fazer um mapeamento do organismo do paciente detectando ponto a ponto a concentração do radiofármaco no organismo.

O PET scan permite detectar se o câncer se disseminou para os linfonodos. Raramente é usado para pacientes com câncer do colo de útero em estágio inicial, mas pode ser usado para detectar a doença mais avançada.

Alguns aparelhos combinam PET com a tomografia computadorizada, fornecendo informações mais detalhadas sobre qualquer aumento na atividade celular, o que ajuda na localização de tumores. No entanto, a exposição do paciente à radiação é maior.

Utilização de anticorpos monoclonais em medicina nuclear – O anticorpo monoclonal é um tipo especial de anticorpo produzido em laboratório. Ele é desenhado para aderir às substâncias que são encontradas apenas na superfície de células cancerosas. Uma substância radioativa pode ligar-se ao anticorpo monoclonal, que é então administrado por via venosa. Ele viaja através da corrente sanguínea até atingir o tumor e se adere a ele. Isso faz com que o tumor se “ilumine”, quando visto através de um aparelho especial. Exemplos de exames com anticorpos monoclonais são ProstaScint® para câncer de próstata, OncoScint® para câncer de ovário e CEA-Scan® para câncer de cólon.

Como se preparar para o Exame

O preparo para um exame de medicina nuclear depende do tipo de exame e do tecido a ser estudado. Alguns exames exigem que o paciente faça jejum de 2h a 12 h antes do exame. Para outros, o paciente terá que tomar um laxante ou enema.

O material radioativo pode ser administrado por via oral, por via intravenosa ou ser inalado na forma de gás (embora isto seja raro). A administração poderá ser de alguns minutos a várias horas antes do exame. Por exemplo, numa gamagrafia óssea, o marcador é administrado aproximadamente 2 horas antes do início do estudo. Para gamagrafias com gálio, a marcador é administrado alguns dias antes do exame.

Realização do Exame

Na maioria dos casos, um exame de medicina nuclear é realizado como um procedimento ambulatorial. Por causa dos materiais e equipamentos especiais necessários, estes exames são geralmente realizados no departamento de radiologia e medicina nuclear de um hospital.

Durante a obtenção das imagens, o paciente precisará tirar quaisquer joias ou objetos metálicos que possam interferir com o resultado do exame.

O exame não provoca dor. No entanto, você pode se sentir desconfortável depois de ficar deitado na mesa de exame por um longo tempo.

Duração do Exame

Um exame de medicina nuclear demora cerca de 30 a 60 minutos, mais o tempo de espera após a administração do material radioativo. Para exames ósseos, o material leva 2 a 3 horas para ser absorvido e o exame cerca de 1h. Gamagrafias com gálio levam vários dias entre a injeção e o exame propriamente dito. Os resultados dos exames de medicina nuclear estão geralmente disponíveis em alguns dias.

Possíveis Complicações e Efeitos Colaterais

Em geral, os exames de medicina nuclear são seguros. As doses de radiação são muito pequenas e os radionuclídeos oferecem baixo risco de toxicidade para provocar uma reação alérgica. Embora raro, alguns pacientes podem sentir dor e apresentar inchaço no local onde o material é injetado.

Informações Adicionais

  • A exposição à radiação provêm dos radiofármacos.
  • O material radioativo no corpo perderá a radioatividade naturalmente em curto espaço de tempo.
  • O material radioativo também é eliminado pela urina e fezes.
  • É importante conversar com o médico sobre ter relações sexuais ou estar perto de crianças ou de mulheres grávidas após a realização dos exames.
  • O paciente será orientado a beber muita água para eliminar o material radioativo.
  • Os exames de medicina nuclear não são recomendados a mulheres grávidas.
  • Mulheres que estejam amamentando, devem informar seu médico. Pode ser recomendado o descarte do leite materno até que o radionuclídeo seja totalmente eliminado do corpo.

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Mamografia

A mamografia, também denominada mamograma ou mamografia digital, é um raios X das mamas. O rastreamento mamográfico é realizado para verificar se existem sinais de doença na mama na ausência de sintomas ou alterações da mama. A mamografia pode detectar câncer em seus estágios iniciais, antes mesmo que um nódulo possa ser sentido à palpação, e quando o tratamento pode ser mais bem sucedido. Nas mamografias de rastreamento geralmente são obtidas imagens de cada mama em dois ângulos diferentes.

A mamografia também é usada para determinar qualquer alteração em relação a exames de rotina ou de rastreamento anteriores. Neste caso, a mamografia é considerada diagnóstica e pode incluir a obtenção de imagens adicionais.

A mamografia pode não demonstrar que uma área anormal é câncer, mas fornece informações sobre se serão necessários outros exames. Os principais tipos de alterações de mama encontrados na mamografia são calcificações, nódulos e massas.

Calcificações são depósitos minerais minúsculos dentro do tecido mamário, que aparecem como pequenas manchas brancas e podem (ou não) ser causados pelo câncer.

Outra alteração importante observadas na mamografia é a presença de massas que podem (ou não) conter calcificações. Essas massas podem ser cistos, tumores sólidos benignos, mas também pode se tratar de lesões neoplásicas. De qualquer forma essa massa deve ser biopsiada para um diagnóstico definitivo.

É muito importante levar os exames anteriores, para que o radiologista possa comparar as imagens obtidas com as anteriores, de modo a confirmar se algum tipo de lesão já existia (ou não) anteriormente.

Obtenção da Imagem

A mamografia utiliza um equipamento projetado apenas para examinar o tecido mamário, que emite radiação em doses mais baixas do que uma radiografia convencional. Como essa radiação não atravessa facilmente o tecido, esse equipamento utiliza um sistema com duas placas para comprimir a mama, de modo que o tecido seja distribuído e se obtenha a imagem usando menos radiação.

A mamografia digital é como uma mamografia convencional, onde os raios X são usados ​​para criar uma imagem da mama. A diferença está na forma de obtenção e armazenamento da imagem. Na mamografia convencional as imagens são impressas em filmes radiográficos. Enquanto que as imagens digitais são gravadas e armazenadas em arquivos no computador. Após o exame, o radiologista analisa as imagens direto na tela do computador, onde pode ajustar o tamanho, brilho ou contraste para visualizar com maior nitidez determinadas áreas. As imagens digitais também podem ser enviadas eletronicamente para o médico.

Mamografias digitais estão cada vez mais disponíveis. No entanto, as mulheres não devem deixar de realizar mamografias convencionais, na indisponibilidade de uma mamografia digital.

Como se preparar para o Exame

O melhor momento para agendar uma mamografia é uma semana após a menstruação, quando as mamas tendem a estar menos sensíveis.

Não é necessário qualquer preparo especial para a realização do exame. No entanto, no dia da mamografia, não se deve usar desodorante, perfume, talco, pomadas nas axilas ou nas mamas, pois podem interferir com a imagem.

Realização do Exame

A mamografia é um exame ambulatorial. Será solicitado que a paciente tire a roupa da cintura para cima e também qualquer objeto metálico, como brincos ou colares. Durante a realização do exame a paciente permanecerá em pé e o equipamento se adaptará a sua altura. O técnico de radiologia posicionará a mama em uma plataforma e o equipamento comprimirá a mama com uma placa de plástico ajustável, para a obtenção da imagem. A compressão é desconfortável, mas rápida e tolerável. A paciente deve segurar a respiração no momento do disparo dos raios X, em seguida a pressão na mama é imediatamente liberada.

A mamografia geralmente envolve duas incidências de cada mama, uma antero-posterior e a outra latero-lateral. Em pacientes com próteses mamárias é utilizada uma técnica específica para observar toda a mama.

Duração do Exame

A mamografia de rotina dura aproximadamente 15 a 30 minutos. A mamografia diagnóstica leva cerca de 30 a 45 minutos.

Possíveis Complicações e Efeitos Colaterais

A mamografia utiliza baixas doses de radiação e é segura. O baixo risco da exposição às radiações, durante uma mamografia, para provocar câncer é largamente compensado pelos benefícios da detecção precoce do câncer de mama.

Para algumas mulheres, as mamografias poderão ser dolorosas; no entanto, para a maioria a compressão causa um incomodo passageiro, que pode ser tolerado.

Existem relatos de ruptura da prótese mamária durante a mamografia, embora estes casos sejam raros. Pacientes com implantes mamários, devem informar o técnico antes da realização do exame.

Informações Adicionais

  • As mamografias por si só não permitem o diagnóstico de todos os tipos de câncer de mama. Por esta razão, a paciente deve sempre consular um mastologista, que fará o exame clínico das mamas. Também é muito importante que a mulher conheça suas mamas e comunique quaisquer alterações que perceber a seu médico.
  • Um resultado de mamografia negativo (sem sinais de nódulos ou calcificações) nem sempre significa que não há câncer ou que o câncer não vai se desenvolver mais tarde.
  • A necessidade de uma biópsia não significa que você tem câncer. Na verdade, menos de 1 em cada 10 mulheres que precisam repetir o exame, tem câncer.

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Exames Radiológicos

Os exames de raios X ou radiografias fornecem imagens dos ossos e certos órgãos e tecidos. As radiografias são muito boas para detectar problemas ósseos. A radiografia é um exame rápido, fácil de ser realizado e mais barato do que outros exames de imagem.

Alguns exames de raios X podem ser realizados usando contraste. Por exemplo, uma série radiográfica gastrintestinal inferior, geralmente chamado de enema opaco, são radiografias tiradas após o intestino ser preenchido com sulfato de bário. A urografia excretora usa um meio de contraste para examinar a estrutura e funcionamento do trato urinário (ureteres, bexiga e rins). A tabela abaixo mostra outros exemplos de exames realizados com contraste.

 

ExamesÓrgãoAdministração do Contraste
Angiografia, arteriografiaArtérias de todo o corpo, incluindo as do cérebro, pulmões e rinsCateter na artéria
Pielograma intravenosoTrato urinário (rins, ureteres, bexiga)Injeção na veia (IV)
Serie radiográfica do trato gastrointestinal inferior, enema de bário, enema de bário de duplo contraste, enema de bário com contraste de arColón, retoEnema
Serie radiográfica do trato gastrointestinal superior, esofagografía, estudo radiológico do transito intestinalEsôfago, estomago, intestino delgadoBoca
VenografiaVeias de todo o corpo geralmente na pernaCateter na veia

 

Atualmente, muitos exames de imagem que utilizaram contraste para o diagnóstico estão sendo substituídos por outros métodos, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética.

Obtenção da Imagem

Um tubo especial dentro do aparelho de raios-X emite um feixe de radiação controlado. Os tecidos do corpo absorvem ou bloqueiam a radiação em diferentes graus. O tecido denso como do osso bloqueia a maior parte da radiação, mas os tecidos moles, como a gordura ou músculo, bloqueiam menos radiação. Após atravessar o corpo, o feixe incide sobre uma placa com um filme, onde projeta uma espécie de sombra. Os tecidos que bloqueiam quantidades elevadas de radiação, como ossos, aparecem como áreas brancas. Os tecidos moles que bloqueiam menos radiação aparecem em tons de cinza e os órgãos que são principalmente preenchidos com ar, como os pulmões, aparecem normalmente na cor preta. Os tumores são geralmente mais densos do que o tecido circundante, de modo que muitas vezes podem ser vistos com tons mais claros de cinza.

Os exames contrastados fornecem algumas informações adicionais, que não são obtidas em radiografias convencionais. No exame contrastado, o paciente recebe uma dose de material de contraste que circunda, destaca ou preenche partes de corpo para aparecer mais claramente na radiografia. O material de contraste pode ser administrado por via oral, como um enema, na forma de injeção (na veia), ou através de um cateter.

Como se preparar para o Exame

Não é necessário nenhum preparo especial antes da realização de uma radiografia.

A preparação para um estudo com contraste depende do tipo de exame. Ao agendar o exame, o paciente receberá todas as instruções necessárias para isso.

Realização do Exame

As radiografias são feitas por um técnico em radiologia, que solicitará que o paciente retire todos os objetos metálicos que possam interferir com a imagem.

Dependendo da região do corpo a ser radiografada, o exame pode ser realizado deitado, em pé ou sentado. O tempo de exposição aos raios X é rápido, questão de segundos. No momento do disparo do feixe de radiação, o técnico solicitará que o paciente prenda a respiração.

A radiografia de tórax é geralmente feita em duas incidências (antero-posterior e latero-lateral). Para radiografias abdominais o paciente ficará deitado sobre e mesa de exame.

Duração do Exame

  • Radiografia – 5 a 10 minutos.
  • Angiografia – 1 a 3 horas.
  • Urografia excretora – 1 hora.
  • Série gastrointestinal inferior – 30 a 45 minutos.
  • Série gastrintestinal superior – 30 minutos a 6 horas, dependendo da área em estudo.
  • Venografia – 30 a 90 minutos.

Possíveis Complicações e Efeitos Colaterais

Em radiografias convencionais, os problemas são raros e pouco prováveis de acontecer.

Informações Adicionais

  • Antes de se submeter a qualquer um destes exames, informe seu médico se você está grávida ou amamentando.
  • Os raios X expõem o corpo à radiação, mas os equipamentos modernos utilizam doses menores de radiação.
  • A radiografia digital, uma técnica mais moderna, cria imagens direto na tela do computador, em vez do filme habitual. As imagens podem ser ajustadas e contrastadas para melhor observação além de poderem ser enviadas a outros computadores em outros centros médicos ou hospitais.

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Ressonância Nuclear Magnética

Assim como na tomografia computadorizada, na ressonância magnética (RM) ou ressonância magnética nuclear (RMN) são criadas imagens transversais dos órgãos internos. Entretanto, a RM utiliza poderosos ímãs em vez de radiação para formar as imagens. Uma ressonância magnética pode ter cortes transversais que podem ser vistos de vários ângulos, por exemplo, de frente, de lado ou de cima. A ressonância magnética cria imagens de partes moles do corpo, que são, difíceis de serem observadas utilizando outros exames de imagem.

A RM é útil para diagnosticar e localizar alguns tipos de câncer e diferenciar se é benigno ou maligno. Uma ressonância magnética com contraste é a melhor maneira de visualizar os tumores cerebrais. A ressonância magnética também pode ser usada para procurar sinais de disseminação da doença. Imagens de ressonância magnética também ajudam no planejamento do tratamento, seja cirúrgico ou radioterápico.

Alguns equipamentos de ressonância magnética dispõe de bobinas específicas para a realização de ressonância das mamas. A RM de mama é recomendada junto com a mamografia para diagnóstico do câncer de mama em mulheres com alto risco da doença. Atualmente a RM não é utilizada de forma isolada para detecção de câncer de mama em estágios iniciais. A RM de mama também pode ser realizada em mulheres que já foram diagnosticadas com câncer de mama, para determinar com mais precisão o tamanho do tumor e a existência (ou não) de outros tumores na mama.

Obtenção da Imagem

Um scanner de ressonância magnética é um cilindro ou tubo contendo um poderoso ímã que pesa algumas toneladas. Quando deitado na mesa no interior do tubo, o paciente é envolvido por um poderoso campo magnético. A força magnética faz com que o núcleo dos átomos de hidrogênio de seu corpo fiquem alinhados em uma direção. Uma vez que os átomos estejam alinhados, o equipamento emite um feixe de ondas de radiofrequência. Essas ondas fazem com que o núcleo de hidrogênio mude de direção. Quando eles retornam à sua posição original, emitem determinados sinais que são detectados pelo scanner. Os núcleos de hidrogênio dos tecidos do corpo mudam de direção de maneiras diferentes. Um programa de computador capta os sinais dessas alterações, construindo uma imagem em preto e branco.

Na RM também podem ser administrados materiais de contraste intravenosos para melhorar a qualidade da imagem. Uma vez absorvido pelo organismo, estes agentes aceleram a velocidade com que os tecidos respondem às ondas magnéticas e de radiofrequência, como resultado, as imagens obtidas são mais nítidas e claras.

Como se preparar para o Exame

Normalmente, não é necessária preparação ou dieta especial antes da realização do exame. Entretanto, o paciente deve seguir as orientações recebidas no momento em que agendou o exame.

Os pacientes que tem claustrofobia, podem precisar tomar um medicamento para relaxar durante a realização do exame. Apesar do paciente ficar sozinho na sala durante o exame, o técnico estará vendo e ouvindo tudo que acontece dentro da sala de exame. Além disso, o paciente poderá se comunicar com o técnico, a qualquer momento, por meio de um botão de chamada, caso necessite alguma coisa.

Antes do exame, será solicitado que tire toda a roupa e vista um roupão de algodão sem partes metalizas, como zíper. Certifique-se de tirar todos os objetos metálicos, como grampos de cabelo, joias, próteses, brincos e piercings do corpo. Antes do exame o técnico perguntará se você tem algum objeto metálico no corpo.

Pessoas que usam qualquer um dos implantes listados abaixo não devem realizar uma RM, e nem mesmo devem entrar na área de ressonância magnética, salvo se autorizado por um médico radiologista ou técnico. O que inclui:

  • Marca-passo ou desfibrilador implantado.
  • Staples usados em aneurisma cerebral.
  • Implante coclear (ouvido).
  • Espirais metálicas colocadas dentro de vasos sanguíneos.

No caso de pacientes que utilizam objetos metálicos permanentes, como grampos cirúrgicos, parafusos, placas ou stents, articulações artificiais, fragmentos metálicos, tatuagens ou maquiagem definitiva, válvulas cardíacas artificiais, port-a-cath para administração de medicamentos e estimuladores de nervos implantados, informe ao médico ou ao técnico antes da realização do exame.

Em caso de dúvidas, pode ser necessária a realização de uma radiografia antes da ressonância, para verificar se o paciente tem objetos de metal.

Realização do Exame

A ressonância magnética é normalmente realizada de forma ambulatorial em um hospital ou clínica radiológica. Para a realização do exame o paciente deitará sobre uma mesa plana e estreita, onde o técnico poderá colocar cintos e almofadas para que se sinta mais confortável e impedir qualquer movimento durante o procedimento. A mesa, desliza dentro de um cilindro longo e estreito, de modo que a área do corpo a ser examinada fica no meio do cilindro. É possível que o paciente sinta a área em estudo um pouco mais quente, mas é normal e não existem motivos para preocupação.

Durante a realização do exame pode ser solicitado ao paciente prender a respiração ou manter partes do corpo imóveis. O equipamento pode emitir sons altos, quando o ímã é ligado e desligado. Alguns serviços de radiologia oferecem aos pacientes tampões de ouvido ou fones de ouvido com música para evitar que o paciente escute esses sons durante o exame.

Alguns tipos de exames requerem o uso de contraste. Nestes casos, será colocado um cateter intravenoso em uma veia do braço para administração do material, em alguns casos o contraste é administrado por via oral. O material de contraste usado em ressonâncias é o gadolínio, que é diferente do utilizado nas tomografias.

A ressonância magnética da mama utiliza um aparelho especial que realiza apenas este estudo. A paciente ficará dentro do cilindro de bruços, em uma plataforma especialmente projetada para o procedimento. Essa plataforma tem aberturas para permitir examinar as mamas sem compressão.

Duração do Exame

A realização de uma ressonância magnética pode levar de 45 a 60 minutos. Após o exame, poderá ser solicitado ao paciente, aguardar o resultado das imagens, para o caso de serem necessárias mais imagens.

Possíveis Complicações e Efeitos Colaterais

Para a realização do exame solicita-se ao paciente que retire todos os objetos metálicos que estiver usando, como brincos, relógio, corrente e outros, para evitar qualquer acidente, uma vez que quando o equipamento está em funcionamento é criado um campo magnético.

Algumas pessoas ficam muito ansiosas e podem até entrar em pânico quando se encontram dentro do cilindro de ressonância magnética.

Alguns pacientes podem apresentar reações ao material de contraste que incluem:

  • Náuseas.
  • Dor no local da agulha.
  • Dor de cabeça, poucas horas após o fim do exame.
  • Queda da pressão arterial, resultando em tonturas ou desmaios (raramente).

Informações Adicionais

  • Pessoas acima do peso podem ter dificuldade para deitar dentro do cilindro do equipamento de ressonância magnética.
  • Não existem registros de estudos detalhados quanto à utilização de ressonância magnética durante a gravidez. Entretanto, esse exame não é realizado nas primeiras 12 semanas de gravidez, a menos que exista uma razão médica importante para isso.
  • Evite entrar na sala de exames com cartões de crédito ou outros itens com fitas magnéticas porque o ímã pode apagar as informações armazenadas neles.
  • A RM não expõe o paciente à radiação.

Nem todos os hospitais e centros de diagnóstico por imagem tem equipamentos de RM dedicados ao estudo da mama. É importante que os exames de ressonância magnética para detectar o câncer de mama em mulheres com alto risco sejam realizadas em centros que possam também realizar a biopsia da mama, caso contrário, o exame de imagem deve ser repetido em outro local, no momento da biópsia.

 

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