A espera pelo resultado de uma biópsia e um possível diagnóstico de câncer pode ser muito estressante. Mas entender o processo dos exames realizados para diagnosticar e estadiar a doença pode ajudar a compreender os resultados e como eles influenciam na escolha do tratamento. Além, de ajudá-lo a poder discutir com seu médico sobre as melhores opções terapêuticas para seu caso.

Na maior parte do processo de análise das amostras da biópsia o paciente não tem contato nem conhecimento. Entretanto, você terá a chance de saber e fazer perguntas para o seu médico e equipe. Você terá a possibilidade de saber o que todos os profissionais envolvidos fazem. Por outro lado, é muito raro que um paciente encontre e conheça um patologista ou ainda outros profissionais que trabalham no laboratório de análise patológica.

Como o câncer é diagnosticado?

O diagnóstico de câncer é quase sempre realizado por um especialista, que analisa as amostras de células ou de tecidos ao microscópio. Em alguns casos, testes laboratoriais como DNA e RNA, ajudarão a dizer se o câncer está (ou não) presente. Esses testes também podem ajudar na escolha das melhores opções de tratamento.

Análises das células e tecidos podem evidenciar muitos outros tipos de doenças e não só o câncer. Por exemplo, se os médicos não têm certeza de que um nódulo é cancerígeno, eles podem processar a amostra para determinar se é câncer ou eventualmente outra enfermidade como um cisto, uma infecção ou outras alterações que podem provocar o aparecimento de lesões que possam ser parecidas com um tumor cancerígeno.

O processo realizado para esse fim se denomina Biópsia.
A amostra de tecido é chamada Espécime de biópsia.
O exame é denominado Exame anatomopatológico.

Nódulos que aparentam ser câncer podem ser diagnosticados por exames de imagem ou através de um exame clínico. Entretanto, nem todos os nódulos são cancerígenos.

Tipos de biópsia

A biópsia pode ser feita de células de praticamente qualquer parte do corpo. Como as amostras são coletadas, depende da localização do tumor e o tipo de neoplasia. Por exemplo, as técnicas utilizadas para biópsias de pele são muito diferentes daquelas feitas para biópsias cerebrais.

Alguns tipos de biópsias removem o órgão inteiro, essas são realizadas apenas por cirurgiões. Outros tipos podem retirar amostras do tumor através de uma agulha fina ou por meio de um endoscópio. Essas biópsias podem ser feitas por cirurgiões, mas também podem ser feitas por clínicos.

Os tipos de biópsias comumente usadas para o diagnóstico do câncer são:

  • Punção aspirativa por agulha fina.  A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) utiliza uma agulha muito fina e uma seringa para retirar uma pequena quantidade de material do tumor. Em caso do tumor se encontrar em camadas mais profundas, a agulha pode ser guiada por um exame de imagem, por exemplo, ultrassom ou tomografia computadorizada. As principais vantagens da PAAF são não requerer uma incisão, e em alguns casos, ser possível fazer o diagnóstico no mesmo dia. A principal desvantagem é que, a agulha não pode remover a suficiente quantidade de tecido para um diagnóstico definitivo. Embora a PAAF seja um tipo de biópsia, também é considerada um exame citológico.
  • Core biopsy. Biópsia por agulha grossa, biópsia de fragmento com agulha (BFA) ou core biopsy utiliza agulhas que são de tamanho e calibre um pouco maiores do que as utilizadas na PAAF. Com elas podem ser retiradas amostras cilíndricas de tecido de 0,6 cm de diâmetro por 1,2 cm de comprimento.  A core biopsy é feita de forma ambulatorial com anestesia local.  Como na PAAF, a core biopsy pode tirar amostras de nódulos que foram diagnosticados no exame clínico ou em exames de imagem. O processamento das amostras da core biópsia normalmente demoram mais do que o processamento de biópsias por agulha fina.
  • Biópsia excisional ou incisional. Na biópsia excisional um cirurgião realiza um corte na pele para remover todo o tumor, na biópsia incisional é feito um corte e retirado um fragmento do tumor. O procedimento e realizado sob anestesia local ou regional. Se o tumor se encontra alojado no interior do tórax ou do abdome, o procedimento é feito sob anestesia geral.
  • Biópsia endoscópica. Um endoscópio é um tubo flexível com uma câmera na ponta que permite observar o interior do corpo. Amostras de tecidos também pode ser retiradas através do endoscópio para o diagnóstico de câncer. Diferentes tipos de endoscópios são usados ​​para observar diferentes partes do corpo. Por exemplo, um tipo de endoscópio é usado para observar o interior do nariz, seios nasais e garganta (rinoscópio). Outro tipo de endoscópio é usado para olhar a parte superior do trato digestivo: esôfago, estômago e primeira parte do intestino (endoscópio). Outro para observar a parte interna da traqueia e brônquios (broncoscópio). Outro para ver a parte interna do intestino grosso (colonoscópio).
  • Laparoscopia, toracoscopia e mediastinoscopia. A laparoscopia é muito parecida com a endoscopia, mas usa um aparelho um pouco diferente para observar dentro do abdome e retirar amostras de tecido. Primeiro deve ser feita uma pequena incisão no abdome, em seguida, o laparoscópio é passado através dessa abertura para ver o interior. Os procedimentos para observar dentro do tórax são chamados de mediastinoscopia e toracoscopia.
  • Laparotomia e toracotomia. A laparotomia é um tipo de cirurgia que consiste em realizar uma incisão no abdome. É geralmente um corte vertical de cima para baixo. Está indicada quando uma área suspeita que não pode ser diagnosticada por meio de exames menos invasivos (como uma biópsia por agulha ou laparoscopia). Durante a laparotomia, também pode ser coletada uma amostra de biópsia e o cirurgião pode observar diretamente o tamanho e a localização da lesão. Tecidos próximos também podem ser examinados. O procedimento é realizado sob anestesia geral. O procedimento realizado no tórax é denominado toracotomia.
  • Biópsias de pele. Há muitas maneiras de fazer uma biópsia da pele. Os médicos escolhem a mais adequada para o tipo de tumor suspeito. A biópsia shave remove as camadas externas da pele e é indicada para alguns tipos de câncer basocelulares ou câncer de pele espinocelular, mas não são recomendados para lesões suspeitas de melanoma. A biópsia por punção ou excisional remove as camadas mais profundas da pele e pode ser usada para verificar a profundidade do melanoma na pele, um fator importante na determinação do tratamento para esse tipo de câncer.
  • Biópsia do linfonodo sentinela. O mapeamento dos linfonodos ajuda o cirurgião a saber quais gânglios linfáticos devem ser removidos na biópsia. A biópsia do linfonodo sentinela se tornou uma forma comum para diagnosticar se o câncer (especialmente o melanoma ou o câncer de mama) se disseminou para os linfonodos. Esse procedimento pode ajudar a determinar se os linfonodos que drenam a linfa do local onde a neoplasia começou foram acometidos pela doença. Se o câncer se disseminou, esses linfonodos são geralmente os primeiros locais para onde a doença se espalha. Por isso, esses linfonodos são denominados linfonodos sentinelas. Para diagnosticar o linfonodo sentinela, o médico injeta uma pequena quantidade de material radioativo. Posteriormente é injetada uma pequena quantidade de corante azul inofensivo para o organismo, no local onde está localizado o câncer. Após aproximadamente uma hora, o cirurgião faz uma pequena incisão na região do linfonodo que foi encontrado previamente com o teste radioativo. Esses linfonodos são então analisados para diagnosticar qual deles ficou azul ou se tornou radioativo. Quando o linfonodo sentinela é encontrado, ele é removido (biópsia excisional) e é analisado ao microscópio. Se o linfonodo sentinela não contém células cancerígenas, não é necessário remover mais linfonodos porque é muito improvável que o câncer tenha se espalhado além deste ponto. Se células cancerígenas são diagnosticadas no linfonodo sentinela, o restante dos linfonodos dessa área são removidos e analisados. Isto é denominado dissecção linfonodal.

Tipos de citologia

O diagnóstico de doenças pela análise das células individuais e pequenos grupos de células é denominado citologia ou citopatologia. É uma parte importante do diagnóstico de alguns tipos de câncer.

Em comparação com a biópsia do tecido, uma amostra de citologia geralmente:

  • É mais fácil de se obter.
  • É menos desconfortável para o paciente.
  • É menos provável de apresentar complicações.
  • Os custos são menores.

A desvantagem é que, em alguns casos, o resultado da biópsia de tecido é mais precisa, no entanto, em muitos casos, a amostra citológica pode ser bastante precisa.

Os exames citológicos podem ser usados para diagnóstico ou rastreamento:

  • Um exame de diagnóstico só é utilizado em pacientes que apresentam sinais, sintomas ou alguma outra razão para suspeitar que uma determinada doença (como o câncer) possa estar presente.  Um exame de diagnóstico classifica a doença (se presente) de forma precisa.
  • Um exame de rastreamento é usado para encontrar pessoas que possam ter uma determinada doença, mesmo antes de desenvolver quaisquer sintomas. Espera-se que um exame de rastreamento possa encontrar quase todas as pessoas que são propensas a ter alguma doença, mas nem sempre serve para provar que a doença está presente.

Muitas vezes, um exame de diagnóstico é realizado, se o teste de rastreamento for positivo (isto é, se algo for encontrado no teste de triagem). Alguns exames de citologia, como o exame de Papanicolaou são usados principalmente para rastreamento, enquanto outros podem identificar com precisão os cânceres. Quando a citologia mostra câncer, muitas vezes, uma biópsia é também realizada para se ter certeza de qualquer achado anormal antes do tratamento ser iniciado.

Punção aspirativa por agulha fina

A punção por agulha fina (PAAF) é considerada, às vezes, um exame de citologia e algumas vezes é considerada uma biópsia.

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Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 30/07/2015, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

Fonte:  http://www.oncoguia.org.br/conteudo/diagnostico/9010/1/

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