Testes citológicos em fluídos corporais

Os fluidos de cavidades e espaços no corpo podem ser testados para verificar se células cancerígenas estão presentes. Alguns dos fluídos de cavidades corporais testados dessa forma incluem:

  • Urina.
  • Escarro (catarro).
  • Líquido espinhal, também conhecido como líquido cefalorraquidiano.
  • Líquido pleural (a partir do espaço em torno dos pulmões).
  • Líquido pericárdico (da membrana que envolve o coração).
  • Líquido ascítico, também chamado de ascite ou líquido peritoneal (a partir do espaço em torno dos órgãos do aparelho digestivo).

Citologia por raspado ou escovado  

Essa técnica consiste em raspar ou escovar algumas células do órgão ou tecido a ser analisado. O exame de citologia mais conhecido, no qual as amostras são colhidas dessa forma é o exame de Papanicolaou.

No Papanicolau, as amostras são coletadas com o auxílio de uma pequena espátula ou escova para remover células do colo do útero. Outras áreas que podem ser escovadas ou raspadas incluem o esôfago, estômago, brônquios e boca.

Preparação das amostras de biópsia para análise

Existem procedimentos padrão e outros métodos que são utilizados na preparação, de quase todos os tipos de amostras de biópsia que o patologista pode realizar. Outros processos, descritos abaixo, também pode ser realizados em determinados tipos de amostras, como por exemplo, linfonodos e medula óssea.

Processamento rotineiro das biópsias

Após a coleta, a amostra da biópsia é colocada num recipiente com formalina (uma mistura de água e formaldeído) ou alguma outra substância para preservação. Esse recipiente é rotulado com o nome do paciente e outras informações de identificação (por exemplo, local e data de nascimento), localização anatômica da biópsia e, em seguida, é enviado para o laboratório de patologia junto com a solicitação de análise da biópsia. Essa solicitação também identifica o médico solicitante, data da realização da biópsia, informações sobre os sintomas do paciente, outros resultados anormais encontrados, e que tipo de doença o médico suspeita dessa amostra.

Para as biópsias pequenas, como, por exemplo, uma biópsia por agulha, geralmente, a amostra inteira é observada sob o microscópio. O tecido é colocado em pequenos recipientes para processamento, o que pode demandar algumas horas, posteriormente a amostra é colocada em um molde de cera parafinada que serve para proteger o tecido.

Esse bloco de cera de parafina com o tecido é colocado sobre um instrumento chamado micrótomo, que corta fatias muito finas de tecido dentro do molde. Estas fatias finas da  amostra são colocadas em lâminas de vidro, e podem receber uma espécie de tingimento  para mudar a sua cor. A mudança na cor torna as células mais fáceis de serem visualizadas ao microscópio. Para a maioria das amostras de biópsia, esse é o processamento de rotina. Nesse momento, geralmente um dia após a biópsia, o patologista estuda a amostra de tecido sob o microscópio. O estudo das estruturas das células e tecidos se denomina histologia.

Biópsia intraoperatória (Biopsia de Congelação)

Às vezes, um cirurgião precisa de informações sobre uma amostra de tecido durante a cirurgia para tomar decisões no momento do procedimento. Nesses casos, o cirurgião solicita um exame de patologia intraoperatória (durante a cirurgia), o que é denominado de biópsia de congelação.

  • Como isso é feito?

Quando a biópsia de congelação é realizada, o tecido coletado na hora é enviado imediatamente da sala de cirurgia direto para um patologista. Como o paciente está anestesiado é importante que o tecido seja estudado rapidamente. Esse procedimento de análise da amostra durante o ato cirúrgico, geralmente, é de 10 a 20 minutos. Esse tecido recém coletado é examinado pelo patologista para decidir que parte da amostra deve ser estudada sob o microscópio. Em vez de processar o tecido em blocos de parafina, o tecido é rapidamente congelado em uma solução especial que forma um cubo de gelo em torno da amostra de tecido. É então finamente seccionado (cortado) em uma máquina especial, rapidamente tingida e observada ao microscópio. Os cortes congelados geralmente não apresentam características do tecido tão claramente como os cortes dos blocos de parafina, mas são suficientes para orientar e ajudar o cirurgião a tomar decisões durante a cirurgia.

  • Quando é feita?  

Muitas vezes, o tipo de cirurgia necessária depende se o tumor é cancerígeno. Por exemplo, apenas a remoção do tumor poderia ser suficiente para tratar uma lesão benigna, mas uma cirurgia mais extensa, com retirada de mais tecido e/ou linfonodos, pode ser necessária se o tumor é um câncer. Nesses casos, o cirurgião enviará o tumor para um exame de congelação, o que pode fornecer as informações suficientes para ajudar o cirurgião a decidir o tipo de cirurgia a ser realizada. No entanto, às vezes, a biópsia intraoperatória não fornece uma resposta definitiva e a amostra de tecido será encaminhada para um processamento de rotina ou mesmo por procedimentos especiais para obter uma resposta clara. Quando isso acontece, o cirurgião normalmente finaliza a cirurgia. Após os resultados da biópsia pode ser necessária uma segunda cirurgia.

O tratamento cirúrgico é, muitas vezes, um equilíbrio entre retirar todo o tecido contendo a doença e deixar o tecido normal suficiente para evitar ou minimizar os danos. Para ter certeza que toda a doença foi removida, o cirurgião envia amostras da borda do tecido retirado para uma avaliação por congelação. Se não existirem evidências de células cancerígenas nas bordas (margem cirúrgica), a cirurgia é finalizada. Mas, se células cancerígenas são encontradas, presume-se que algumas células cancerosas ainda estão no tecido deixado no paciente. Nesse caso, o cirurgião prossegue com o procedimento aumentando a margem cirúrgica para reduzir a chance de uma recidiva. Se não for possível remover mais tecido, existem outras opções terapêuticas, como a radioterapia para destruir as células cancerígenas remanescentes.

Cirurgia de Mohs (Cirurgia controlada microscopicamente)

Esse procedimento é usado no tratamento de determinados tipos de câncer de pele. Na cirurgia de Mohs, o cirurgião remove uma fina camada da pele contendo o tumor, que em seguida é enviada para análise, sob um microscópio, por um patologista. Se células cancerígenas forem detectadas, camadas mais profundas são retiradas e verificadas até que as amostras de pele não apresentem mais células cancerígenas. Esse processo é lento, mas garante a preservação da maior quantidade possível de tecido normal próximo ao tumor.

Processamento das amostras citológicas

O tipo de processamento a ser realizado nas amostras de citologia ​​depende do tipo de amostra. Algumas são tingidas em lâminas de vidro e enviadas ao laboratório de citologia, para serem observadas ao microscópio. Outras amostras, como os fluidos corporais, não podem ser colocados numa lâmina, por estarem muito diluídas. No entanto, o laboratório de citologia tem como concentrar essas células em uma lâmina de vidro antes da coloração.

Após o processamento e a coloração, as amostras são examinadas sob um microscópio. As células anormais encontradas são marcadas com uma caneta especial. Um patologista examinará as células marcadas e emitirá o laudo com o diagnóstico.

Análise anatomopatológica das amostras

As amostras coletadas de células e tecidos são estudadas por patologistas, médicos com especialização no diagnóstico de doenças por meio da observação ao microscópio e exames de laboratório. Às vezes, outros médicos também examinam as amostras ou tecidos de órgãos relacionados com a sua área de especialização. Por exemplo, hematologistas, muitas vezes estudam as amostras de sangue e da medula óssea de seus pacientes, e alguns dermatologistas as amostras de biópsia da pele de seus pacientes.

Algumas características que os médicos procuram nas amostras estudas sob o microscópio são importantes apenas quando encontradas em determinados tipos de tecido, enquanto outras são mais importantes, se forem encontradas em quase todos os tecidos.

 

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Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 30/07/2015, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

Fonte:  http://www.oncoguia.org.br/conteudo/diagnostico/9010/1/