A medicina nuclear é uma especialidade médica que, utilizando uma diversidade de radionuclídeos incorporados a compostos específicos, avalia a fisiologia e o metabolismo do corpo, mediante o registro da radioatividade detectada em curvas de atividade em função do tempo, tanto para fins de diagnóstico como para fins terapêuticos.
Ao contrário das técnicas de imagem convencionais como radiografia, tomografia computadorizada, ultrassom ou ressonância magnética, a medicina nuclear tem como base a análise da função dos tecidos e de órgãos
A medicina nuclear não avalia as doenças pelo modo como elas se apresentam do ponto de vista anatômico e estrutural, e sim pela forma como a doença atua do ponto de vista funcional, bioquímico, farmacológico e até molecular.
O radionuclídeo, ligado a um composto farmacológico para ser utilizado como traçador, é denominado radiofármaco, por apresentar afinidades químicas com determinados órgãos do corpo humano e ser útil para transportar a substância radioativa para o órgão ou tecido a ser diagnosticado ou tratado.
Os tecidos do corpo que são afetados por determinadas doenças, como o câncer, podem absorver mais (ou menos) de um radiofármaco do que o tecido normal. Câmeras especiais coletam o padrão de radioatividade do corpo, criando imagens que mostram o percurso do radiofármaco e o local onde se acumula. Estes exames podem evidenciar problemas em órgãos internos melhor do que as imagens obtidas com raios X convencionais.
Os exames comumente utilizados em medicina nuclear são:
- Cintilografia óssea.
- Gamagrafia com gálio.
- Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan).
- Gamagrafia de tireoide.
Obtenção da Imagem
Os radionuclídeos mais comumente usados são:
- Gálio 67 – Utilizado para detectar câncer em certos órgãos. Também pode ser usado para uma varredura do corpo inteiro.
- Tecnécio 99 – É usado em exames de corpo inteiro, especialmente na cintilografia óssea, um exame para detectar a disseminação do câncer.
- Tálio 201 – Frequentemente utilizado no estudo de doenças cardíacas. Pode ser utilizado para detectar alguns tipos de câncer.
- Iodo 123 ou Iodo 131 – São utilizados no diagnóstico e no tratamento do câncer de tireoide.
Tomografia por emissão de pósitrons (PET Scan) – É um exame que mede variações nos processos bioquímicos, quando alterados por uma doença, e que ocorrem antes que os sinais visíveis da mesma estejam presentes em imagens de tomografia computadorizada e ressonância magnética. O PET scan é uma combinação de medicina nuclear e análise bioquímica, que permite uma visualização da fisiologia humana por detecção eletrônica de radiofármacos emissores de pósitrons de meia-vida curta.
Os radiofármacos, ou moléculas marcadas por um isótopo radioativo, são administrados ao paciente, por via venosa, antes da realização do exame. Como as células cancerígenas se reproduzem muito rapidamente, e consomem muita energia para se reproduzirem e se manterem em atividade, o exame aproveita essa propriedade. Moléculas de glicose, que são energia pura, são marcadas por um radioisótopo e injetadas nos pacientes. Como as células de tumores são ávidas da energia proveniente da glicose, esta vai concentrar-se nas células cancerígenas, onde o metabolismo celular é mais intenso. Alguns minutos depois da ingestão da glicose é possível fazer um mapeamento do organismo do paciente detectando ponto a ponto a concentração do radiofármaco no organismo.
O PET scan permite detectar se o câncer se disseminou para os linfonodos. Raramente é usado para pacientes com câncer do colo de útero em estágio inicial, mas pode ser usado para detectar a doença mais avançada.
Alguns aparelhos combinam PET com a tomografia computadorizada, fornecendo informações mais detalhadas sobre qualquer aumento na atividade celular, o que ajuda na localização de tumores. No entanto, a exposição do paciente à radiação é maior.
Utilização de anticorpos monoclonais em medicina nuclear – O anticorpo monoclonal é um tipo especial de anticorpo produzido em laboratório. Ele é desenhado para aderir às substâncias que são encontradas apenas na superfície de células cancerosas. Uma substância radioativa pode ligar-se ao anticorpo monoclonal, que é então administrado por via venosa. Ele viaja através da corrente sanguínea até atingir o tumor e se adere a ele. Isso faz com que o tumor se “ilumine”, quando visto através de um aparelho especial. Exemplos de exames com anticorpos monoclonais são ProstaScint® para câncer de próstata, OncoScint® para câncer de ovário e CEA-Scan® para câncer de cólon.
Como se preparar para o Exame
O preparo para um exame de medicina nuclear depende do tipo de exame e do tecido a ser estudado. Alguns exames exigem que o paciente faça jejum de 2h a 12 h antes do exame. Para outros, o paciente terá que tomar um laxante ou enema.
O material radioativo pode ser administrado por via oral, por via intravenosa ou ser inalado na forma de gás (embora isto seja raro). A administração poderá ser de alguns minutos a várias horas antes do exame. Por exemplo, numa gamagrafia óssea, o marcador é administrado aproximadamente 2 horas antes do início do estudo. Para gamagrafias com gálio, a marcador é administrado alguns dias antes do exame.
Realização do Exame
Na maioria dos casos, um exame de medicina nuclear é realizado como um procedimento ambulatorial. Por causa dos materiais e equipamentos especiais necessários, estes exames são geralmente realizados no departamento de radiologia e medicina nuclear de um hospital.
Durante a obtenção das imagens, o paciente precisará tirar quaisquer joias ou objetos metálicos que possam interferir com o resultado do exame.
O exame não provoca dor. No entanto, você pode se sentir desconfortável depois de ficar deitado na mesa de exame por um longo tempo.
Duração do Exame
Um exame de medicina nuclear demora cerca de 30 a 60 minutos, mais o tempo de espera após a administração do material radioativo. Para exames ósseos, o material leva 2 a 3 horas para ser absorvido e o exame cerca de 1h. Gamagrafias com gálio levam vários dias entre a injeção e o exame propriamente dito. Os resultados dos exames de medicina nuclear estão geralmente disponíveis em alguns dias.
Possíveis Complicações e Efeitos Colaterais
Em geral, os exames de medicina nuclear são seguros. As doses de radiação são muito pequenas e os radionuclídeos oferecem baixo risco de toxicidade para provocar uma reação alérgica. Embora raro, alguns pacientes podem sentir dor e apresentar inchaço no local onde o material é injetado.
Informações Adicionais
- A exposição à radiação provêm dos radiofármacos.
- O material radioativo no corpo perderá a radioatividade naturalmente em curto espaço de tempo.
- O material radioativo também é eliminado pela urina e fezes.
- É importante conversar com o médico sobre ter relações sexuais ou estar perto de crianças ou de mulheres grávidas após a realização dos exames.
- O paciente será orientado a beber muita água para eliminar o material radioativo.
- Os exames de medicina nuclear não são recomendados a mulheres grávidas.
- Mulheres que estejam amamentando, devem informar seu médico. Pode ser recomendado o descarte do leite materno até que o radionuclídeo seja totalmente eliminado do corpo.
ONCOVIDA
(12) 3682-2206 WHATSAPP clique aqui
Av. Independência, 1800
Taubaté – SP
Fonte: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/diagnostico/9010/1/