A tomografia computadorizada, também denominada de tomografia axial computadorizada (TAC) e tomografia computadorizada (TC) espiral ou helicoidal, mostra um corte ou seção transversal do corpo, onde são visualizados ossos, órgãos e tecidos moles  de forma mais clara  do que em uma radiografia simples. Uma vez que a imagem é gerada no computador, pode ser ampliada para se analisada com mais detalhes, facilitando sua interpretação.

Desde o final dos anos 1970, a tomografia computadorizada tem sido muito útil para ajudar os médicos a diagnosticar o câncer. A tomografia é um exame não invasivo, que mostra a forma, tamanho e localização do tumor, além dos vasos sanguíneos que o alimentam.

Muitas vezes, a tomografia computadorizada é utilizada para guiar o posicionamento da agulha durante uma biópsia. Esse procedimento é chamado de biópsia guiada por tomografia. Também pode ser usada para guiar a agulha para o interior do tumor em alguns tipos de tratamento do câncer, como a ablação por radiofrequência.

Quando comparadas as tomografias iniciais, de um paciente, com as realizadas durante ou após o tratamento, o médico acompanha a resposta do tumor às terapias ou determina se o tumor recidivou após o término do tratamento.

Obtenção da Imagem

De certa maneira uma tomografia computadorizada é similar a uma radiografia convencional. A diferença entre os dois exames é que na radiografia o equipamento emite um amplo feixe de radiação em apenas um único ângulo. Enquanto que na tomografia computadorizada o feixe de radiação é fino e contínuo, o que permite a criação de uma série de imagens em diferentes ângulos. Cada ângulo produz uma visão ligeiramente diferente dos órgãos e tecidos moles. As informações de cada incidência são enviadas a um computador, que calcula a sobreposição das imagens, gerando imagens em tons de cinza em vários cortes pré-determinados de cada região do corpo.

A imagem pode se tornar mais nítida com a utilização de materiais especiais de contraste que podem ser ingeridos por via oral, injetados por via intravenosa ou inseridos através de um enema. Uma vez que os tecidos do corpo absorvam esses materiais, a imagem obtida mostra um maior contraste entre os diferentes tipos de tecidos. Isto permite observar melhor e mais claramente a existência de alguma lesão, como por exemplo, um tumor.

Atualmente, a tomografia computadorizada em espiral é o tipo mais comumente utilizado. Este exame é mais rápido e utiliza menos radiação do que a tomografia convencional. A medida que a tecnologia avança, os novos tomógrafos se tornam mais rápidos e são capazes de criar imagens com cortes cada vez mais finos do corpo.

Ao sobrepor as imagens obtidas, o tomógrafo fornece uma imagem tridimensional (3D), com informações adicionais sobre certos tipos de câncer. Essa imagem 3D pode ser girada na tela do computador permitindo a análise sob diferentes pontos de vista.

Com o avanço da tecnologia, os pesquisadores conseguem reconstruir imagens de tomografia ao que se  denomina endoscopia virtual. Neste procedimento, é possível examinar a superfície interna dos órgãos, como pulmões (broncoscopia virtual) ou cólon (colonoscopia virtual ou colonografia por tomografia computadorizada) sem necessitar o uso de um endoscópio para visualizar o interior do corpo. As imagens podem ser ajustadas tridimensionalmente, permitindo uma visão, em tons de cinza, na tela do computador, muito semelhante à forma como seria se eles estivessem observando o órgão através de uma endoscopia real.

Como se preparar para o Exame

A tomografia computadorizada é normalmente realizada de forma ambulatorial, evitando assim a internação hospitalar.

Em alguns casos, o paciente será orientado para não comer ou beber na véspera do exame. Outras vezes pode ser necessário o uso de um laxante ou enema para limpar o intestino, de modo a que nenhum material possa obstruir a visão do interior do intestino. Dependendo da parte do corpo a ser estudada, o paciente poderá ingerir um contraste ou realizar um enema antes do exame. O meio de contraste também pode ser administrado por via intravenosa.

Antes do exame, o paciente será orientado a trocar sua roupa, por um roupão de algodão, assim como a tirar qualquer objeto que contenha metal, como sutiã, joias, brincos, piercings e cinto, que possam interferir com a imagem. Da mesma maneira, dentaduras, aparelhos auditivos e grampos de cabelo devem ser retirados, pois podem interferir nas imagens geradas.

Além disso, o técnico em radiologia deve ser informado em caso do paciente portar marca-passo, port-a-cath ou outro dispositivo médico implantado. Isso não impede a realização do exame, mas devem ser tomadas as precauções necessárias no momento de fazer a varredura do local.

Realização do Exame

O exame é realizado pelo técnico em radiologia. O tomógrafo tem a forma de um anel, onde o paciente é deitado sob uma mesa que desliza para trás e para a frente dentro desse anel. A medida que a mesa se move no interior da abertura, o tubo de raios X gira dentro do scanner, emitindo múltiplos feixes de radiação em ângulos precisos. Esses feixes passam através do corpo e são captados do outro lado do scanner.

Em caso de ser tomografia de crânio, a cabeça é mantida imóvel em um dispositivo especial.

Durante a realização da tomografia, o paciente permanece sozinho dentro da sala de exame, mas o técnico pode ver, ouvir e falar com o paciente durante todo o procedimento.

A tomografia computadorizada não provoca dor, ,entretanto, pode ser desconfortável permanecer em determinadas posições durante vários minutos. Ainda pode ser solicitado para segurar a respiração por um curto período de tempo, uma vez que o os movimentos respiratórios normais podem alterar a imagem.

Em caso da administração de contraste por via venosa, serão feitas primeiro uma varredura simples, em seguida, outra com o contraste. Ao ser injetado o contraste, o paciente pode ter uma sensação de calor que se espalha pelo corpo, ou algumas vezes, sentir um gosto amargo ou metálico na boca.

Duração do Exame

A realização da tomografia pode levar de 10-30 minutos, dependendo da área a ser investigada e se é necessária a administração de contraste. Geralmente, o maior tempo gasto durante o exame é para o posicionamento do paciente na mesa e para a administração do contraste. Após o estudo, poderá ser solicitado ao paciente que aguarde para que o radiologista confirme a realização (ou não) de imagens complementares.

Possíveis Complicações e Efeitos Colaterais

Algumas pessoas podem ter reações a meios de contraste. Essas possíveis complicações e efeitos colaterais incluem:

  • Erupção cutânea.
  • Náuseas.
  • Chiado.
  • Falta de ar.
  • Coceira ou inchaço na face, que pode durar até 1h.

Estes sintomas, geralmente, são leves, e, muitas vezes, desaparecem por si só. Entretanto, às vezes eles podem indicar uma reação mais séria que precisa ser tratada. Certifique-se de informar seu médico, o radiologista ou o técnico em radiologia se você notar quaisquer alterações após receber o contraste.

Em casos raros, alguns pacientes podem ter uma reação alérgica, que provoca queda da pressão sanguínea ou dificuldade respiratória, requerendo de tratamento imediato.

Comunique à equipe médica se você já teve uma reação a qualquer meio de contraste, mariscos ou iodo no passado. Isto é importante já que pode colocá-lo em risco de ter uma reação ao contraste utilizado no exame. Se existe risco que o paciente possa ter uma reação alérgica, normalmente se administra uma dose pequena de contraste para comprovar isto. Pacientes que apresentam reação alérgica ao contraste são tratados com antiinflamatórios esteroides

O contraste por via venosa também pode causar problemas renais. Isso é raro, e é mais comum em pessoas cujos rins não funcionam adequadamente. Para saber se existe esse risco normalmente é solicitado um exame de sangue que avalia a função renal.

Informações Adicionais

  • Às vezes a tomografia computadorizada é descrita como um “corte”, no entanto esse termo se refere à descrição das imagens; o exame não é invasivo.
  • A quantidade de radiação que o paciente recebe durante uma tomografia computadorizada é maior que numa radiografia convencional.
  • Pessoas que estão muito acima do peso podem ter dificuldade para passar dentro do anel do tomógrafo.
  • Informe o médico se você tem alguma alergia ou se você é sensível ao iodo, mariscos ou meios de contraste.
  • Informe o médico imediatamente em caso de gravidez ou amamentação.
  • A tomografia computadorizada pode custar até 10 vezes mais do que uma radiografia convencional.

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Fonte:  http://www.oncoguia.org.br/conteudo/diagnostico/9010/1/

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