Linfonodos e câncer

O corpo humano tem uma rede de gânglios e vasos linfáticos que fazem parte do sistema imunológico. Essa rede coleta líquidos, material de desperdício e outros elementos, como vírus e bactérias, que se encontram nos tecidos do corpo. Os gânglios linfáticos também são denominados linfonodos.

Os vasos linfáticos são muito parecidos com as veias que conduzem o sangue através do corpo. Mas, ao invés de transportar sangue, transportam um líquido claro denominado linfa.

O sistema linfático

A linfa circula por fora dos vasos capilares banhando as células dos tecidos do corpo. Ela transporta oxigênio e outros nutrientes até as células e elimina produtos residuais, como o dióxido de carbono (CO2), produzidos pelas células. O líquido linfático também contém glóbulos brancos do sangue, que ajudam a combater infecções.

O líquido linfático eventualmente poderá se acumular e provocar edema (inchaço) se não for drenado de alguma forma. Esse é o papel dos vasos linfáticos. Os vasos linfáticos drenam a linfa em torno das células até o tórax através do conduto linfático. O líquido linfático é drenado em um vaso sanguíneo perto do coração.

Função dos linfonodos

Os vasos linfáticos conduzem o líquido linfático por todo o corpo. Os linfonodos (gânglios linfáticos) são pequenas estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas. Eles contêm células do sistema imunológico que ajudam a combater infecções atacando e destruindo germes que são transportados pelo líquido linfático.

Existem centenas de gânglios linfáticos em todo o corpo. Cada linfonodo filtra o líquido e substâncias dos vasos que chegam até ele. O líquido linfático dos dedos, por exemplo, drena em direção ao tórax, juntando-se ao líquido drenado do braço. Esse líquido é filtrado nos gânglios linfáticos do cotovelo ou da axila. O líquido linfático da cabeça, couro cabeludo e rosto flui para baixo através dos gânglios linfáticos do pescoço.

Alguns linfonodos se encontram em locais mais profundos dentro do corpo, como entre os pulmões ou ao redor do intestino, para poder filtrar o líquido dessas áreas. A linfa circula lentamente por todo o corpo, até voltar ao tórax. No fim do circuito, os líquidos, sais e proteínas filtrados são despejados de volta à corrente sanguínea.

Aumento de tamanho dos linfonodos

Quando existe um problema perto de um nódulo linfático, por exemplo, uma infecção, feridas ou câncer, o gânglio ou o grupo de gânglios linfáticos nessa área pode inchar e aumentar de tamanho à medida que se encarrega de filtrar as células “ruins”. Isso é denominado linfonodomegalia. O aumento de tamanho dos linfonodos indica que algo não está certo, mas outros sintomas podem ajudar a identificar o problema. Por exemplo, dor de ouvido, febre e aumento dos gânglios linfáticos próximos da orelha e pescoço levam a uma suspeita de uma infecção no ouvido ou um resfriado.

Algumas áreas em que os linfonodos aumentam de tamanho são no pescoço, virilha e axilas. Na maioria dos casos, apenas uma região de linfonodos aumenta de tamanho de cada vez. Quando mais de uma área de linfonodos está acometida é denominada de linfadenopatia generalizada. Algumas infecções, (como infecções de garganta e catapora), determinados medicamentos, doenças do sistema imunológico e cânceres como linfoma e leucemia são alguns exemplos de acometimento linfonodal. O médico irá procurar mais informações para diagnosticar a causa do problema. O aumento de tamanho de um linfonodo geralmente é provocado por outra condição clínica e não necessariamente câncer.

Câncer nos gânglios linfáticos

O câncer pode aparecer nos gânglios linfáticos de duas maneiras: pode começar no mesmo local ou chegar aos linfonodos a partir de outra parte do corpo.

O câncer que começa nos linfonodos é denominado linfoma.

Mais frequentemente, o câncer começa em outro local e posteriormente se dissemina para os gânglios linfáticos.

Como o câncer se espalha para os linfonodos?

O câncer pode se espalhar a partir do local onde começou (sítio primário) para outras partes do corpo.

Quando células cancerígenas se desprendem do tumor, podem viajar para outras partes do corpo, quer através da corrente sanguínea ou do sistema linfático. Se elas são conduzidas através da corrente sanguínea podem chegar a órgãos distantes. Mas, se forem conduzidas através do sistema linfático, essas células podem chegar aos linfonodos. De qualquer maneira, a maioria das células cancerígenas que conseguem se desprender do tumor morrem ou são mortas antes que possam se desenvolver em algum outro local. Mas, uma ou duas podem se situar em um novo local, começam a crescer e formam novos tumores. Essa disseminação do tumor para outra parte do corpo é chamada de metástase.

Para que as células cancerígenas possam chegar a outras partes do corpo, elas têm que passar por várias alterações. Primeiro devem ser capazes de desprender-se do tumor primário, em seguida, se fixar na parte externa de um vaso linfático ou vaso sanguíneo. Segundo, devem mover-se através da parede do vaso para circular junto com o sangue ou linfa até um novo órgão ou linfonodo.

Quando o câncer cresce no interior dos gânglios linfáticos, geralmente acomete os linfonodos próximos ao tumor. Esses linfonodos são os que fazem a maior parte do trabalho de filtrar ou matar as células cancerígenas.

Diagnóstico do câncer nos linfonodos

Os linfonodos normais são pequenos e podem ser difíceis de serem diagnosticados, mas quando há uma infecção, inflamação ou câncer, os gânglios podem aumentar de tamanho. Os localizados próximos da superfície do corpo podem ser palpados e alguns podem até ser vistos. Mas, se há apenas algumas células cancerígenas em um linfonodo, não será possível ver ou sentir nada. Nesse caso, o médico verifica a existência de câncer mediante a remoção de todo ou parte do linfonodo.

Quando um cirurgião remove um tumor primário, um ou mais dos linfonodos próximos (regionais) também serão retirados. A retirada do um linfonodo é denominada biópsia. Quando muitos linfonodos são removidos, é chamada de amostragem ou dissecção linfonodal. Quando o câncer já se espalhou para os linfonodos, existe um risco aumentado de que o câncer recidive após a cirurgia. Essa informação ajuda o médico a decidir as melhores opções terapêuticas para o paciente o que inclui: quimioterapia, radioterapia, terapia alvo e imunoterapia que serão necessárias após a cirurgia.

Os médicos também podem coletar amostras de um ou mais linfonodos usando agulhas. Geralmente, isto é feito nos linfonodos que aumentaram de tamanho (linfonodomegalias). Esse procedimento é denominado biópsia por agulha. O tecido retirado é enviado para análise em um laboratório de patologia, para verificar se existem células cancerígenas na amostra.

Sob o microscópio, todas as células cancerígenas nos linfonodos retirados se parecem às células onde está localizado o tumor primário. Por exemplo, quando o câncer de mama se espalha para os gânglios linfáticos, as células nos linfonodos  se parecem com as células do câncer de mama. O patologista elabora um laudo anatomopatológico, que detalha o que foi encontrado. Se um linfonodo contém câncer, o laudo descreve em detalhes o achado quanto à aparência e quantidade de doença que foi observada.

Os médicos também podem usar exames de imagem para estudar os linfonodos ao redor de um tumor em caso de se encontrarem em locais mais profundos no corpo.

O que significa a presença de câncer no linfonodo?

Depende. Às vezes há tão poucas células cancerígenas no linfonodo que o patologista deve realizar exames especiais para encontrá-las. No caso de encontrar somente algumas células cancerígenas em um linfonodo, isto não modifica o esquema de tratamento do câncer.

Em caso de encontrar grande quantidade de células cancerígenas em um linfonodo, é possível observá-las mais facilmente. Se o câncer está se desenvolvendo fora do gânglio linfático através da camada de tecido conjuntivo para o lado de fora (cápsula) é denominada extensão extracapsular.

Grandes quantidades de células cancerígenas nos linfonodos podem significar que o câncer está em rápido crescimento e/ou mais propenso a se disseminar para outros locais do corpo. Mas, se os linfonodos próximos são os únicos locais onde o câncer foi encontrado além do sitio primário, a cirurgia para remover o tumor e os linfonodos próximos pode ser suficiente para retirar toda a doença.

O câncer que se espalhou para os linfonodos mais distantes do sitio primário é mais provável que precise de tratamento adicional, como quimioterapia ou radioterapia.

Acometimento dos linfonodos x estágio do câncer

O tratamento do câncer está baseado no tipo de câncer e no estágio da doença. Os médicos utilizam um sistema para atribuir um estágio para o câncer. O sistema de estadiamento mais comum é o sistema TNM. O T significa Tumor, o M significa Metástase, e o N significa Linfonodo. Se não são encontradas  células cancerígenas nos linfonodos próximos ao tumor, se atribui ao N um valor de 0. Se nós linfonodos próximos ou distantes é encontrado câncer, ao N se atribui um número, que pode ser 1, 2 ou algumas vezes 3, dependendo de quantos gânglios estão afetados, a quantidade de doença presente, o tamanho e sua localização.

Um câncer com estágio TNM baixo é geralmente mais fácil de tratar e tem um melhor prognóstico. Por exemplo, um câncer T1, N0, M0, corresponde a um câncer que foi diagnosticado precocemente, antes de se disseminar. O T1 significa que é um tumor pequeno, o N0 significa que nenhum linfonodo está acometido, e o M0 significa que não foram encontradas metástases.

Efeitos colaterais da retirada dos linfonodos

Os linfonodos que foram retirados durante uma cirurgia, podem deixar parte do corpo sem uma forma eficiente de drenar a linfa da área afetada. Muitos dos vasos linfáticos não têm mais onde drenar já que o linfonodo aonde chegavam foi retirado, o que pode provocar o retorno do líquido linfático. Isto é denominado linfedema, e pode tornar-se um problema a longo prazo. Quanto mais linfonodos são retirados mais a chance que isto ocorra. No entanto existem maneiras que podem ajudar a diminuir os efeitos de uma linfadenectomia. Converse com seu médico sobre o seu tratamento, e em caso de cirurgia se também serão retirados os linfonodos.

Fonte: American Cancer Society (14/04/2015)

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Marcadores tumorais

Os marcadores tumorais são proteínas ou outras substâncias produzidas tanto por células normais quanto por células cancerígenas, mas em quantidades maiores pelas células cancerígenas. Eles podem ser encontrados no sangue, urina, fezes, tumores ou em outros tecidos ou fluídos corporais de alguns pacientes com câncer. No entanto, cada vez mais, marcadores genômicos, como mutações genéticas tumorais, padrões de expressão gênica tumoral e alterações não genéticas no DNA tumoral, estão sendo usados como marcadores tumorais.

Existem vários marcadores tumorais em uso clínico. Alguns estão associados a apenas um tipo de câncer, enquanto outros estão relacionados a vários tipos de câncer. Não existe um marcador tumoral “universal” que possa revelar a presença de qualquer tipo de neoplasia.

Como os marcadores tumorais são usados ​​no tratamento do câncer

Existem dois tipos principais de marcadores tumorais com usos diferentes no tratamento do câncer: marcadores tumorais circulantes e marcadores do tecido tumoral.

Os marcadores tumorais circulantes são encontrados no sangue, urina, fezes ou fluídos corporais de alguns pacientes com câncer e são usados ​​para:

Estimar o prognóstico.
Determinar se existe doença residual ou recidiva após o tratamento.
Avaliar a resposta ao tratamento.
Monitorar se um tumor se tornou resistente ao tratamento.
Embora níveis elevados de um marcador de tumor circulante possam sugerir a presença de câncer, o resultado por si só não é suficiente para diagnosticar a doença. Por exemplo, condições não cancerígenas podem, às vezes, provocar o aumento de determinados marcadores tumorais. Além disso, nem todos com um tipo específico de câncer terão um nível mais alto de um marcador tumoral associado a esse câncer. Portanto, os valores dos marcadores tumorais circulantes geralmente são combinados com os resultados de outros testes, como biópsias ou exames de imagem, para diagnosticar o câncer.

Os marcadores tumorais também podem ser determinados periodicamente durante a realização do tratamento. Por exemplo, uma diminuição no nível de um marcador tumoral circulante pode indicar que o tumor está respondendo ao tratamento, enquanto um nível crescente ou inalterado pode indicar que não está respondendo.

Os marcadores tumorais circulantes também podem ser determinados após o término do tratamento para investigar a possibilidade de uma recidiva da doença.

Exemplos de marcadores tumorais circulantes comumente usados ​​incluem a calcitonina (para monitorar a resposta ao tratamento, rastrear a recidiva e estimar o prognóstico do câncer medular de tireoide), CA-125 (para monitorar a resposta ao tratamento e avaliar a recidiva do câncer de ovário) e beta-2-microglobulina (para avaliar a resposta ao tratamento e o prognóstico do mieloma múltiplo, leucemia linfoide crônica e alguns linfomas).

Já os marcadores de tecidos tumorais são encontrados nos próprios tumores, normalmente na amostra do tumor que é retirada durante a biópsia. Estes são usados para:

Diagnosticar, estadiar e/ou classificar o tumor.
Estimar o prognóstico.
Determinar o tipo tratamento.
Em alguns tipos de câncer, o nível de um marcador de tecido tumoral reflete o estágio da doença e/ou o prognóstico do paciente. Um exemplo é a alfa-fetoproteína, determinada através de um exame de sangue para o estadiamento da doença, estimar o prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento de tumores de células germinativas.

Os marcadores de tecidos tumorais podem ser determinados antes do tratamento para orientar os médicos a planejar a melhor opção terapêutica. Por exemplo, alguns exames, denominados diagnósticos complementares, desenvolvidos junto com a respectiva terapia-alvo dirigida, são usados para determinar se o tratamento com uma determinada terapia-alvo é indicada. Alguns desses exames determinam quanto do marcador de tecido tumoral está presente; outros detectam a presença de um marcador específico, como uma mutação genética.

Alguns marcadores tumorais são os alvos de terapias-alvo específicas. No entanto, nem todos os alvos de uma terapia-alvo específica são marcadores tumorais testados em pacientes.

Exemplos de marcadores de tecidos tumorais comumente usados ​​incluem o receptor de estrogênio e de progesterona (câncer de mama) ​​para determinar se o tratamento hormonioterápico e algumas terapias-alvo são indicados para a paciente; análise de mutação gênica de EGFR (câncer de pulmão de não pequenas células) para determinar o tratamento e estimar o prognóstico da doença; e PD-L1 (vários tipos de câncer), para determinar se o tratamento com um tipo de terapia-alvo denominado inibidor do controle imunológico é indicado.

Como os marcadores tumorais são determinados

Para verificar a presença de um marcador tumoral, uma amostra de tecido tumoral ou fluído corporal do paciente é enviada para análise em um laboratório de patologia.

Se o marcador tumoral estiver sendo usado para verificar se o tratamento está respondendo ou se há uma recidiva da doença, o valor do marcador será medido em várias amostras coletadas em momentos diferentes durante e após o tratamento. Normalmente, essas medições realizadas em série, que mostram como o nível de um marcador está mudando ao longo do tempo, são mais significativas que uma única medição.

Alguns marcadores, como a presença ou ausência de uma alteração genética específica que torna um tumor candidato ao tratamento com uma terapia-alvo específica, não mudam com o tempo. No entanto, a proporção de células tumorais que apresentam essa alteração pode mudar durante e após o tratamento.

Marcadores tumorais específicos

Atualmente, vários marcadores tumorais estão em uso ​​para uma ampla variedade de tipos de câncer. A lista abaixo não inclui os marcadores tumorais testados por imunofenotipagem e imuno-histoquímica para ajudar a diagnosticar o câncer e a distinguir entre os diferentes tipos de câncer. Alguns marcadores tumorais listados abaixo são alvos para terapia-alvo de vários tipos de cânceres, mas servem como marcadores tumorais para apenas um subconjunto de neoplasias.

Alfa-fetoproteína (AFP)
Tipos de câncer: câncer de fígado e tumores de células germinativas.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico do câncer de fígado e monitorar a resposta ao tratamento; estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento de tumores de células germinativas.

ALK rearranjos e superexpressão
Tipos de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células e linfoma anaplásico de grandes células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar o tratamento e prognóstico.

Amplificação do gene HER2/neu ou superexpressão de proteínas
Tipos de câncer: câncer de mama, câncer de ovário, câncer de bexiga, câncer de pâncreas e câncer de estômago.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com determinadas terapias-alvo é indicado.

Ativador do plasminogênio da uroquinase (uPA) e inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1)
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar a agressividade do tumor e orientar o tratamento.

Assinatura de 5 proteínas
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: avaliar no pré-operatório a massa pélvica suspeita de câncer de ovário.

Assinatura de 17 genes
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: tumor.
Uso: prever a agressividade do tumor e monitorar o tratamento.

Assinatura de 21 genes
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: avaliar o risco de recidiva e planejar o tratamento.

Assinatura de 46 genes
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: tumor.
Uso: prever a agressividade do tumor e monitorar o tratamento.

Assinatura de 70 genes
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: avaliar o risco de recidiva.

Beta-2-microglobulina (B2M)
Tipos de câncer: mieloma múltiplo, leucemia linfoide crônica e alguns linfomas.
O que é analisado: sangue, urina ou líquido cefalorraquidiano.
Uso: determinar o prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

Beta-hCG (Gonadotrofina coriônica humana beta)
Tipos de câncer: coriocarcinoma e tumores de células germinativas.
O que é analisado: urina ou sangue.
Uso: estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

BRAF V600
Tipos de câncer: melanoma cutâneo, doença de Erdheim-Chester, câncer colorretal e câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: selecionar pacientes com maior probabilidade de se beneficiar do tratamento com determinadas terapias-alvo.

BRCA1 e BRCA2 Mutações nos genes
Tipos de câncer: câncer de ovário e câncer de mama.
O que é analisado: sangue e/ou tumor
Uso: determinar se o tratamento com um tipo específico de terapia-alvo é indicado.

BTA (Antígeno tumoral da bexiga)
Tipos de câncer: câncer de bexiga e câncer de rim ou ureter.
O que é analisado: urina.
Uso: vigilância com citologia e cistoscopia de pacientes diagnosticados com câncer de bexiga.

Catecolaminas na urina: VMA e HVA
Tipo de câncer: neuroblastoma.
O que é analisado: urina.
Uso: diagnóstico.

CEA (Antígeno carcinoembrionário)
Tipos de câncer: câncer colorretal e alguns outros tipos de câncer.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e verificar se a doença recidivou ou se disseminou.

Células tumorais circulantes de origem epitelial
Tipos de câncer: câncer de mama avançado, câncer de próstata e câncer colorretal.
O que é analisado: sangue.
Uso: prognóstico.

C-kit/CD117
Tipos de câncer: tumor estromal gastrointestinal, melanoma da mucosa, leucemia mieloide aguda e doença mastocitária.
O que é analisado: tumor, sangue ou medula óssea.
Uso: diagnóstico e determinação do tratamento.

CA15-3/CA27.29
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

CA19-9
Tipos de câncer: câncer de pâncreas, vesícula biliar, ducto biliar e gástrico.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento.

CA-125
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

CA 27.29
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnosticar metástase ou avaliação da recidiva.

Calcitonina
Tipo de câncer: câncer medular da tireoide.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

CD20
Tipo de câncer: linfoma não-Hodgkin.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CD22
Tipos de câncer: leucemia de células pilosas e neoplasias de células B.
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnóstico.

CD25
Tipo de câncer: linfoma não Hodgkin (célula T).
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CD30
Tipos de câncer: micose fungóide e linfoma de células T periférico.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CD33
Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

CDx (F1CDx)
Tipo de câncer: qualquer tumor sólido
O que é analisado: tumor
Uso: diagnóstico complementar para determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Cromogranina A (CgA)
Tipo de câncer: tumores neuroendócrinos.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

Cromossomos 3, 7, 17 e 9p21
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitoramento da recidiva do tumor.

DCP (Des-gama-carboxi-protrombina)
Tipo de câncer: carcinoma hepatocelular.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a eficácia do tratamento e diagnóstico da recidiva.

Desidrogenase láctica (LDH)
Tipos de câncer: tumores de células germinativas, linfoma, leucemia, melanoma e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

DPD Mutação no gene
Tipos de câncer: câncer de mama, câncer colorretal, câncer de estômago e câncer de pâncreas.
O que é analisado: sangue.
Uso: prever o risco de uma reação tóxica ao tratamento com 5-fluorouracil.

EGFR
Tipo de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar o tratamento e o prognóstico.

Enolase específica de neurônios (NSE)
Tipos de câncer: câncer de pulmão de pequenas células e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

Exclusão do cromossomo 17p
Tipo de câncer: leucemia linfocítica crônica.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com determinada terapia-alvo é indicado.

FGFR2 e FGFR3 Mutações nos genes
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

FLT3 Mutações no gene
Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue.
Uso: determinar se o tratamento com determinadas terapias-alvo é indicado.

Fibrina/Fibrinogênio
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitorar a progressão e monitorar a resposta ao tratamento.

Fragmento de citoqueratina 21-1
Tipo de câncer: câncer de pulmão.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitoramento da recidiva.

Fosfatase ácida prostática (PAP)
Tipo de câncer: câncer de próstata avançado.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico de carcinomas pouco diferenciados.

Fusão do gene PML/RARα
Tipo de câncer: leucemia promielocítica aguda (LPA).
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnosticar a LPA, prever a resposta à terapia com ácido trans-retinóico ou trióxido de arsênico, avaliar a eficácia do tratamento, monitorar a doença residual mínima e prever recidivas precoces.

Gastrina
Tipo de câncer: tumor produtor de gastrina (gastrinoma).
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a eficácia do tratamento e avaliação da recidiva.

Gene de fusão BCR-ABL (cromossomo Philadelphia)
Tipos de câncer: leucemia mieloide crônica, leucemia linfoide aguda e leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: sangue ou medula óssea.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta à terapia-alvo, determinar se o tratamento com um tipo específico de terapia-alvo é indicado e monitorar o status da doença.

HE4
Tipo de câncer: câncer de ovário.
O que é analisado: sangue.
Uso: planejamento do tratamento, avaliar a progressão da doença e monitorar a recidiva.

Homozigosidade variante UGT1A1* 28
Tipo de câncer: câncer colorretal.
O que é analisado: sangue e esfregaço bucal (bochecha).
Uso: prever a toxicidade do tratamento com irinotecano.

IDH1 e IDH2 Mutações nos genes
Tipo de câncer: leucemia mieloide aguda.
O que é analisado: medula óssea e sangue.
Uso: determinar se o tratamento com determinadas terapias-alvo é indicado.

Imunoglobulinas
Tipos de câncer: mieloma múltiplo e macroglobulinemia de Waldenstrom.
O que é analisado: sangue e urina.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

Instabilidade de microssatélites (MSI) e/ou incompatibilidade de reparo deficiente (dMMR)
Tipos de câncer: câncer colorretal e outros tumores sólidos.
O que é analisado: tumor.
Uso: orientar o tratamento e identificar síndromes com alto risco de desenvolver câncer.

JAK2 Mutação no gene
Tipo de câncer: determinados tipos de leucemia.
O que é analisado: sangue e medula óssea.
Uso: diagnóstico.

KRAS Mutação do gene
Tipos de câncer: câncer colorretal e câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

LDH (Desidrogenase láctica)
Tipos de câncer: tumores de células germinativas, linfoma, leucemia, melanoma e neuroblastoma.
O que é analisado: sangue.
Uso: estadiamento, prognóstico e monitorar a resposta ao tratamento.

Peptídeos solúveis relacionados à mesotelina (SMRP)
Tipo de câncer: mesotelioma.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a progressão ou recidiva da doença.

PD-L1 (Ligante de morte celular programada 1)
Tipos de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células, câncer de fígado, câncer de estômago, câncer de junção gastroesofágica, linfoma de Hodgkin e outros subtipos de linfoma agressivo.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Proteína da matriz nuclear 22
Tipo de câncer: câncer de bexiga.
O que é analisado: urina.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento.

PSA (Antígeno prostático específico)
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: sangue.
Uso: diagnóstico, monitorar a resposta ao tratamento e avaliação da recidiva.

PCA3 mRNA
Tipo de câncer: câncer de próstata.
O que é analisado: urina (coletada após o exame retal digital).
Uso: determinar a necessidade de repetir biópsia após uma biópsia negativa.

Receptor de estrogênio (ER)/Receptor de progesterona (PR)
Tipo de câncer: câncer de mama.
O que é analisado: tumor.
Uso: determinar se o tratamento com hormonioterapia e algumas terapias-alvo é indicado.

Receptor de somatostatina
Tipo de câncer: tumores neuroendócrinos que afetam o pâncreas ou o trato gastrointestinal.
O que é analisado: tumor (por diagnóstico por imagem).
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Reorganização do gene ROS1
Tipo de câncer: câncer de pulmão de não pequenas células.
O que é analisado: tumor
Uso: determinar se o tratamento com terapia-alvo é indicado.

Reorganização do gene da imunoglobulina de células B
Tipo de câncer: linfoma de células B.
O que é analisado: sangue, medula óssea ou tecido tumoral.
Uso: diagnóstico, avaliar eficácia do tratamento e verificar a avaliação da recidiva.

Reorganização do gene do receptor de células T
Tipo de câncer: linfoma de células T.
O que é analisado: medula óssea, tecido, líquido corporal e sangue.
Uso: diagnóstico e, às vezes, diagnosticar e avaliar doenças residuais.

Tiroglobulina
Tipo de câncer: câncer de tireoide.
O que é analisado: sangue.
Uso: monitorar a resposta ao tratamento e diagnosticar a recidiva.

TPMT (Atividade enzimática da tiopurina S-metiltransferase) ou teste genético da TMPT
Tipo de câncer: leucemia linfoblástica aguda.
O que é analisado: sangue e esfregaço bucal (bochecha).
Uso: prever o risco de toxicidade da medula óssea (mielossupressão) com o tratamento com tiopurina.

5-HIAA
Tipo de câncer: tumores carcinóides.
O que é analisado: urina.
Uso: diagnóstico e monitorar a doença.

Marcadores tumorais usados no rastreamento do câncer

Como os marcadores tumorais podem ser usados para prever a resposta da doença ao tratamento e seu prognóstico, os pesquisadores esperam que eles também possam ser úteis nos exames de rastreamento, que têm por objetivo diagnosticar o câncer em estágio inicial, ou seja, antes que ocorra qualquer sinal ou sintoma da doença.

No entanto, embora os marcadores tumorais sejam extremamente úteis para determinar se um tumor está respondendo ao tratamento ou avaliar se ocorreu uma recidiva, nenhum marcador tumoral identificado até o momento é suficientemente sensível (ou seja, capaz de identificar corretamente os pacientes que têm a doença) ou específico (isto é, capaz de identificar corretamente pessoas que não têm a doença) para rastrear o câncer.

Por exemplo, até recentemente, o exame de PSA (antígeno prostático específico), que mede o nível do antígeno no sangue, era usado rotineiramente para rastrear homens quanto ao câncer de próstata. No entanto, um nível aumentado de PSA pode ser provocado por condições benignas da próstata, bem como pelo próprio câncer de próstata. É importante mencionar que a maioria dos homens com um nível elevado de PSA não tem câncer de próstata. Como os resultados de estudos clínicos mostraram que o exame do PSA leva, na melhor das hipóteses, a uma pequena redução no número de mortes por câncer de próstata e pode levar a erros de diagnóstico e tratamento excessivos, ele não é mais indicado para o rastreamento de rotina. Atualmente, é usado para monitorar homens com histórico de câncer de próstata para verificar a recidiva da doença.

Pesquisas em andamento para o desenvolvimento de novos marcadores tumorais

Os pesquisadores estão dedicados a desenvolver novos biomarcadores que possam ser usados ​​na identificação de tumores em estágios iniciais, para prever a eficácia do tratamento e a chance de recidiva da doença.

A biópsia líquida já é uma nova abordagem para o estudo de tumores na qual fragmentos de material tumoral, incluindo o DNA e outras moléculas, bem como células inteiras liberadas por tumores, são analisadas ​​em líquidos corporais, como o sangue. A biópsia líquida consiste portanto, em retirar amostras de sangue para analisar tumores de forma mais rápida e menos invasiva. Os resultados obtidos mostram os tipos de mutações genéticas presentes nas células cancerosas (diferente de uma biópsia convencional que aponta se há presença de células cancerígenas na região analisada), permitindo identificar a melhor opção para o tratamento de cada paciente.

 

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Texto originalmente publicado no site da National Cancer Institute, em 06/05/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

MAIO VERMELHO – CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE CÂNCER BUCAL

MAIO VERMELHO – CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE CÂNCER BUCAL

É preciso falar disso.

No Brasil, 15 mil novos casos de câncer de boca são estimados a cada ano. A taxa de mortalidade se mantém em 50% e o diagnóstico tardio parece ser o principal responsável por este quadro, pois quanto mais avançado, mais limitadas são as alternativas de tratamento e pior é o prognóstico.
Se diagnosticado no início, o câncer de boca tem cura. Esclareça suas dúvidas com um profissional de saúde.

O que é o câncer de boca? É um tipo de tumor maligno que acomete: lábios, gengiva, bochechas, céu da boca (palato), língua (principalmente as bordas) e assoalho da boca (região embaixo da língua).
Quais os principais sinais de alerta para o câncer de boca? Feridas nos lábios e na boca que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas na boca e sangramentos sem causa conhecida em qualquer região da boca. Esses sinais podem não se confirmar como câncer de boca, mas precisam ser investigados por um profissional de saúde.
Além desses, existem outros sinais ou sintomas? Sim. Pode haver nódulos (caroços) no pescoço e rouquidão persistente. Em fases mais avançadas da doença, a pessoa pode apresentar dificuldade para falar, mastigar ou engolir.
O que pode levar a pessoa a ter câncer de boca? O fumo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são os principais fatores de risco. Quanto maior o número de cigarros e de doses de bebidas alcoólicas ingeridas, maiores são as chances de ter a doença. Além disso, a exposição ao sol sem proteção é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de lábio.
Existem outros fatores de risco? Sim, o vírus HPV (Papiloma Vírus Humano), quando transmitido por sexo oral, está associado a casos de câncer na cavidade oral. A alimentação pobre em frutas, legumes e verduras pode também estar relacionada à ocorrência desse câncer.
Como descobrir o câncer de boca? Por meio do exame clínico da boca, realizado por dentista ou médico, em qualquer unidade de saúde. O exame clínico da boca é um procedimento simples de observação que não requer instrumentos especiais, podendo ser feito nas consultas odontológicas ou médicas. Com esse exame é possível visualizar lesões suspeitas e diagnosticar o câncer de boca no início.
O que fazer para diminuir o risco do câncer de boca? Não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, ter uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes e usar preservativo (camisinha), inclusive durante a prática do sexo oral.
O câncer de boca tem cura? Sim, principalmente se diagnosticado e tratado nas fases iniciais.

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BRCA

Mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2 são as mais conhecidas em pacientes com câncer de mama e ovário. Entenda o que são estas mutações e saiba como e qual a importância de identificá-las.

 

BRCA1 E BRCA2

BRCA1 e BRCA2 produzem proteínas supressoras do tumor. Essas proteínas reparam o DNA danificado e, portanto, desempenham um papel na garantia da estabilidade do material genético de cada célula. Quando um desses genes sofre uma mutação ou alteração, de forma que seu produto proteico não funcione corretamente, o dano ao DNA pode não ser reparado de maneira adequada. Como resultado, as células têm maior probabilidade de desenvolver alterações genéticas que podem levar ao desenvolvimento do câncer.

Mutações hereditárias específicas em BRCA1 e BRCA2 aumentam o risco de câncer de mama e de câncer de ovário em mulheres, mas também já foram associadas ao aumento do risco de outros tipos de câncer. Pessoas que herdam mutações BRCA1 e BRCA2 tendem a desenvolver câncer de mama e câncer de ovário em idades mais jovens do que aquelas que não têm essas mutações.

Uma mutação BRCA1 ou BRCA2 pode ser herdada de qualquer um dos pais. Se um pai possui a mutação, cada um de seus filhos terá 50% de chance de herdar a mutação.

 

MUTAÇÕES NO BRCA

Uma pequena porcentagem de pessoas (uma em 400 ou 0,25% da população) têm os genes BRCA1 ou BRCA2 mutados.

Mulheres com determinadas mutações genéticas têm um risco aumentado de câncer ao longo da vida. Estima-se que 55 a 65% das mulheres com a mutação BRCA1 desenvolverão câncer de mama antes dos 70 anos e que aproximadamente 45% das mulheres com uma mutação BRCA2 desenvolverão câncer de mama até os 70 anos.

A população feminina em geral, que não apresenta mutação genética, tem cerca de 7% de chance de desenvolver câncer de mama até os 70 anos. Esse risco ao longo da vida é cerca de 12%.

Isso significa que até os 70 anos:

  • Em um grupo de 100 mulheres sem uma mutação BRCA1 ou BRCA2, cerca de 7 terão câncer de mama.
  • Em um grupo de 100 mulheres com uma mutação BRCA1 ou BRCA2, 45 a 65 terão câncer de mama.

Vale lembrar que esses números representam o risco médio.

Isso quer dizer que toda mulher com mutação BRCA1 ou BRCA2 terá, obrigatoriamente, câncer de mama? Não. Muitas mulheres com a mutação não desenvolverão a doença. Isso porque, a mutação BRCA é um dos fatores que aumentará o risco dessa mulher vir a ter câncer, mas o desenvolvimento de um tumor, normalmente, depende de uma combinação de fatores. Por isso que  a maioria dos cânceres de mama não está relacionada a mutações genéticas hereditárias.

As mulheres com mutação no gene BRCA1 apresentam um risco aumentado de câncer de mama triplo negativo mais agressivo e difícil de ser tratado. Ou seja, o câncer de mama triplo negativo é receptor de estrogênio negativo, receptor de progesterona negativo e HER2-negativo.

As mulheres portadoras da mutação BRCA2 tendem a ter cânceres de mama receptor de estrogênio positivo.

Uma mutação BRCA1 ou BRCA2 pode aumentar o risco de um segundo câncer de mama primário e, geralmente, ocorrem na mama contralateral. Para mulheres portadoras da mutação BRCA1 ou 2, a chance de um câncer de mama contralateral 10 anos após o diagnóstico do primeiro câncer é de cerca de 10% a 30% em comparação com cerca de 5% a 10% para mulheres sem uma mutação de BRCA1/2 diagnosticada com câncer de mama.

O risco ao longo da vida de um segundo câncer de mama contralateral primário é de cerca de 40% a 80% para mulheres portadoras de BRCA1 ou 2.

Esses dados podem ser alarmantes. No entanto, é importante observar que menos de 10% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama têm uma mutação BRCA. Além disso, com a detecção precoce, a grande maioria dos casos de câncer de mama pode ser tratada com sucesso, ainda em pacientes com mutação BRCA1 ou BRCA2.

 

TESTES GENÉTICOS

O teste genético dá às pessoas a chance de saber se o câncer de mama ou o histórico familiar de câncer de mama se deve a uma mutação genética hereditária.

Atualmente vários testes genéticos estão disponíveis. Alguns deles procuram uma mutação específica no gene BRCA1 ou BRCA2 que já foi identificada em algum membro da família. Outros verificam todas as mutações conhecidas em ambos os genes. O teste multigênico usa o sequenciamento de última geração para procurar mutações em muitos genes que estão associados a um risco aumentado de câncer de mama e de ovário, incluindo BRCA1 e BRCA2, simultaneamente.

O DNA (geralmente de uma amostra de sangue ou saliva) é necessário para esses testes. A amostra é enviada a um laboratório para análise. Geralmente, leva cerca de um mês para se obter os resultados.

 

GERENCIANDO O RISCO

Várias opções estão disponíveis para gerenciar o risco de câncer em pessoas com uma mutação BRCA1 ou BRCA2 conhecida. Isso inclui rastreamento, cirurgia profilática (para redução de risco) e quimioprevenção.

Rastreamento. Algumas mulheres com teste positivo para as mutações BRCA1 e BRCA2 podem iniciar o rastreamento do câncer de mama em idades mais jovens e/ou fazer o rastreamento mais frequentemente do que as mulheres com risco médio para o câncer de mama. Por exemplo, alguns médicos recomendam que as mulheres portadoras de mutação no BRCA1 ou BRCA2 sejam submetidas a exames clínicos das mamas a partir dos 25 aos 35 anos de idade. E alguns grupos de médicos sugerem que as mulheres portadoras de mutação façam mamografia anual, a partir dos 25 anos até os 35 anos.

Os exames de rastreamento para o câncer de mama são feitos para detectar o câncer em pessoas assintomáticas. As pessoas portadoras de mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 precisam ser rastreadas para câncer de mama mais cedo e com mais frequência do que outras mulheres. Elas também devem estar cientes dos sinais de alerta do câncer de mama.

Esse rastreamento pode aumentar a chance de diagnosticar câncer de mama em um estágio inicial e aumentar a chance de sucesso do tratamento. Estudos mostraram que a ressonância magnética tem sido mais eficaz do que a mamografia no diagnóstico de tumores, particularmente em mulheres mais jovens com alto risco de câncer de mama. No entanto, a mamografia também pode identificar alguns cânceres de mama que não são observados na ressonância magnética. Além disso, a ressonância magnética pode ser menos específica, ou seja, levar a mais resultados falso-positivos do que a mamografia.

Recomenda-se os seguintes exames para o rastreamento para pessoas com mutações nos genes BRCA 1 e BRCA2:

Exame clínico das mamasMamografiaRessonância magnética
Até os 25 anosSemestralmenteNão recomendadoNão recomendado
Entre os 25 e 29 anosSemestralmenteApenas se a ressonância magnética da mama não estiver disponível.

Anualmente

Anualmente (Se a ressonância magnética da mama não estiver disponível, mamografia)
A partir dos 30 anosSemestralmenteAnualmenteAnualmente

Atualmente, não existem métodos eficazes de rastreamento para o câncer de ovário. Alguns grupos recomendam ultrassom transvaginal, exames de sangue para o antígeno CA-125 e exames clínicos para o rastreamento de câncer de ovário em mulheres com mutações BRCA1 ou BRCA2, mas nenhum desses métodos parece diagnosticar tumores de ovário em estágio inicial o suficiente para reduzir o risco de morrer. Para um método de rastreamento ser considerado eficaz, deve demonstrar a redução da mortalidade pela doença. Esse padrão ainda não foi cumprido para o rastreamento do câncer de ovário.

Os benefícios do rastreamento do câncer de mama e de outros cânceres em homens que têm mutações BRCA1 ou BRCA2 também não são conhecidos, mas alguns grupos de especialistas recomendam que os homens portadores de uma mutação se submetam a exames de mama regulares, bem como a testes para câncer de próstata.

Texto originalmente publicado nos sites National Cancer Institute (30/01/2018), National Breast Cancer Foundation (25/09/2020) e Susan G. Komen (25/02/2020), livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.